Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 327: Jonas pede Maísa em namoro

Júlia aproxima-se do portão e repete:
   — O que foi?
Como agiu mais por instinto do que racionalmente, Chay fica sem saber o que dizer, apenas encara os olhos grandes de Júlia. Ela começa a estranhar o comportamento dele, até que Chay finalmente diz:
   — Dá um abraço no Antenor por mim.
Júlia sorri.
   — Pode deixar. Boa noite, Chay!
   — Boa noite.
Júlia caminha para dentro do prédio e Chay vai para o seu carro, questionando-se:
   — O que eu ia fazer?

   — Isso é muito esquisito! — comenta Maísa retornando para o interior do chalé, após usar o banheiro que fica do lado de fora. — Por que vocês não constroem uma porta para o banheiro? Me senti no século passado — ela ri sentando no sofá ao lado de Jonas. O rapaz está curvado, com os cotovelos apoiados nos joelhos. — Está tudo bem?
Jonas endireita-se e olha para Maísa, falando com seriedade:
   — Eu estava pensando em algo.
   — No quê? — indaga a loira passando a mão pelo cabelo dele.
   O jovem umedece os lábios.
   — Em uma decisão que eu quero tomar.
   — Você vai me dizer de uma vez ou eu vou ter que ficar perguntando a cada frase sua? — ri Maísa e Jonas dá um leve sorriso.
   — Eu estava pensando em nós dois — diz com seriedade. — Na nossa relação. Já faz alguns meses que a gente está tendo esse lance e agora parece que nós estamos realmente nos alinhando um ao outro. Isso me fez pensar e eu percebi que estou com vontade de me envolver em uma coisa que eu pensei que não fosse querer desde que terminei com a Isabela.
   — O que você quer dizer com isso? — indaga Maísa. 
Jonas morde o lábio inferior e encara as próprias mãos.
   — Eu quero dizer — ele volta a encarar os olhos dela — que estou com vontade de tornar as coisas mais sérias entre nós. Por isso eu quero saber se você quer namorar comigo.
Maísa ri com incredulidade.
   — Isso é sério?
   — Por incrível que pareça sim — ele dá um leve sorriso.
   — Nossa! — Ela levanta do sofá e se aproxima da janela. — Eu... eu sinceramente não sei.
Jonas fecha os olhos, pois não era essa a resposta que gostaria de ouvir.
   — Desculpa — pede instantes depois. — Acho que eu apressei as coisas. — Ele olha de relance para um trio de caixas de madeira que decora a mesinha de centro e volta a fitar Maísa, que diz:
   — Não acho que você apressou as coisas. É que tem tantas coisas para corrigir nessa relação, que eu nem sei como reagir. Realmente não esperava por esse pedido.
   — Tudo bem. — Jonas levanta e caminha até a cozinha, pegando os pratos deles do balcão e os colocando na pia. — Vamos deixar pra lá. Você pode pegar o cobertor no armário? Acho que a noite está fria demais pra gente dormir só com aquilo que está na cama, eu não estou afim de...
   — Ei. — Maísa para ao lado dele e segura em seu braço, impedindo-o de abrir a torneira para lavar os pratos. — Eu não quero deixar isso pra lá — fala olhando nos olhos dele. — Nós temos muita coisa para consertar, mas isso não diminui o que eu sinto por você e acho que... acho não, eu tenho certeza que quero namorar com você.
Jonas fica olhando para ela em silêncio.
   — Você não vai falar nada? — ri Maísa. — Jonas, eu disse que aceito o seu pedido de namoro.
Ele abre um sorriso e envolve a cintura dela.
   — Eu tenho certeza que nós vamos ser muito felizes.
   — Assim espero — torce a loira e eles se beijam.
   — Eu tenho algo para você — fala Jonas interrompendo o afeto. 
Rapidamente ele corre o centro da sala e pega uma das caixas de madeira que tem o tamanho de caixa de sapatos.
   — O que você está fazendo? — questiona Maísa com curiosidade. 
   — Eu comprei uma coisa para te dar — fala Jonas colocando a mão dentro da caixa. 
   — O quê? — Maísa caminha até ele.
   Preso entre os dedos indicador e polegar de Jonas está um fino e delicado anel dourado. Uma pequena pedra azul-esmeralda cintila sob os olhos deles.
   — Uau! — exclama Maísa em choque. — Isso... isso é uma...
   — Aliança? Não — sorri Jonas. — É só um anel que eu comprei pra te dar de presente. Te daria se você aceitasse ou não.
   — Então por que você só me deu quando eu aceitei? — ri Maísa.
   — Eu ia deixar pra entregar amanhã, pra não ficar uma coisa melancólica. — Ele dá de ombros sorrindo e em seguida pega na mão dela. — Tanto não é uma aliança que é para usar no dedo mindinho, sei que você gosta de anéis nesse dedo.
   — Gosto mesmo — concorda Maísa.
   — Posso colocar?
   — Claro. — A loira não consegue desviar o olhar do rosto dele enquanto Jonas coloca o anel no dedo mindinho de sua mão direita.
   — Gostou? — ele pergunta e só então Maísa olha para sua própria mão. 
Mesmo com os outros anéis em seus dedos sendo de ouro, nenhum deles brilha tanto quanto o que foi dado por Jonas.
   — É tão lindo! — exclama Maísa olhando o anel de perto. — É fininho, né? Delicado. Que pedra é essa? — indaga olhando para o seu agora namorado.
   — Água marinha. Foi especialmente escolhida pra você.
Ela sorri.
   — Sério?
   — Sim. — Eles sentam no sofá e Jonas explica: — Quando eu pensei em te dar esse presente queria algo que representasse alguma coisa, por isso pesquisei o significado das pedras preciosas na internet e achei essa pedra com esse dizer... — ele pega um papelzinho na mesma caixa de madeira que estava o anel e lê: — Propriedades, dois pontos, atrai pensamentos puros, a fidelidade e o amor verdadeiro. Ajuda a expressar sentimentos e a extravasar aflições. Fisicamente, é ótima no tratamento de doenças respiratórias.
   Maísa começa a rir.
   — Meu Deus!
   — Pois é, sua cara, né? Eu quero que tenha fidelidade e amor verdadeiro na nossa relação, quero que você expresse os seus sentimentos e extravase suas aflições pra mim e, claro, que você não sofra com as crises de asma.
Ainda sorrindo, Maísa acaricia o rosto dele, dizendo:
   — Essa noite está sendo incrível.
   — Ela ainda pode melhorar — sorri Jonas antes de dar um beijo nela.

Na manhã de segunda-feira, os jovens acordam cedo para irem ao colégio. Logo que passa pela porta de sua sala com Felipe, Yasmin é abordada por Laís.
   — Yas, quando eu cheguei uma das inspetoras disse que quando você chegasse era para nós duas irmos até a sala do diretor.
A loirinha estranha.
   — O que o Joaquim quer com a gente?
   — Acho que ele quer conversar com os líderes e vices das salas — palpita Laís.
   — Ok. Felipe, coloca a minha mochila no meu lugar pra mim — Yasmin pede ao seu irmão.
   — Tá bom — responde Felipe pegando o material dela e Yasmin e Laís saem da sala. Quando está retornando para o seu lugar, o moreno vê Isabela e Vinícius passarem pela porta. Após cumprimentar os dois, chama a namorada para mais perto e pergunta: — Como foi o jantar com o Reinaldo? Tão terrível como você imaginava?
   — Definitivamente não — ri Isabela. — Foi legal, tirando a parte que a gente encontrou o meu pai com a primeira namorada dele.
   — Nossa, quando você me contou isso eu fiquei bem surpreso. Parece até coisa de novela.
   — Parece até coisa de filme de terror. — O casal ri e Isabela acrescenta: — Ainda não vou muito com a cara do Reinaldo, mas ele já não é tão insuportável como antes. Sabia que ele tem uma biblioteca em casa?
   — Sério? Então já te ganhou! — Eles riem.

Ainda na calçada do colégio, Jonas e Maísa se encontram.
   — Que coincidência — comenta ele.
   — Coincidência não, eu estava no carro te esperando chegar para fingir que é o destino.
   — Sério?
A loira cai na gargalhada enquanto Marina e Victor passam por eles e entram no colégio.
   — Claro que não, né?
   — Ah tá, pensei que estivesse namorando uma psicopata — brinca Jonas.
   — Ah! Olha o que eu estou usando. — Ela ergue a mão direita e exibe o anel dado por ele.
Jonas pega na mão dela e beija seus dedos, beijando em seguida seus lábios.
   — Desde sábado não consigo parar de sorrir — confessa no ouvido dela e se afasta um pouco, olhando para as outras pessoas que chegam ao colégio.
   — Esse é um efeito do furacão Maísa — ela brinca rindo bastante. Em seguida toca no braço dele, falando: — Eu quero retribuir o presente.
   Jonas sacode a cabeça.
   — Presente é presente.
   — Eu sei, mas eu quero comprar algo pra você também. Nem adianta fazer essa cara, eu vou comprar assim mesmo — ela sorri.
   — Ok, eu faço o sacrifício de ganhar um presente — ri Jonas e passa o braço pela cintura dela. — Vem, vamos entrar.

Subindo as escadas para o primeiro andar, Yasmin ouve Laís tagarelar.
   — Ainda bem que você não provou aquele chá que estava em cima da mesa. Estava horrível! Sério, parecia xixi de cachorro.
Yasmin sorri.
   — Você já tomou xixi de cachorro? — Elas chegam ao corredor de sua sala.
   — Não, mas posso imaginar — ri Laís.
Quando se aproximam da porta, a loirinha avisa:
   — Quando o sinal tocar, antes do professor entrar na sala, eu dou o recado pra galera, tá?
   — Tá bom — responde Laís parando em seu lugar logo na frente da porta. Yasmin assente e chega perto do grupo de seus amigos.
   — Oi, pessoas! — cumprimenta parando ao lado de Vinícius.
   — Onde você estava? — pergunta Isabela com curiosidade.
   — O Joaquim chamou eu e a Laís lá na sala dele.
   — Por quê?
Yasmin sorri enigmaticamente e responde:
   — Vocês logo saberão.

No térreo, Daniela sai de um banheiro e cruza com Maísa e Jonas.
   — Oi, amiga — sorri a loira indo em direção às escadas.
   — Oi. — Daniela olha para Jonas e o cumprimenta também.
   — Oi — responde Jonas e se vira para Maísa, falando: — Depois a gente se fala. 
A garota assente e ele sobe os degraus desviando de outros alunos. Assim que fica sozinha com a amiga, Daniela questiona:
   — E aí, menina, me conta tudo sobre sábado! Ninguém desconfiou de nada, os meus pais nem estava em casa, não tem como alguém dar com a língua nos dentes e falar que você não estava lá.
   — Foi incrível! — exclama Maísa. — Sério, foi muito maravilhoso. Custei pra chegar lá, porque fica no meio do mato, em uma trilha sem asfalto e ainda estava chovendo. Só que quando eu cheguei... Nossa, Dani!
Elas sorriem e entram na sala de aula, onde Laís está sentada sozinha em seu lugar. 
   — Bom dia — cumprimentam as recém-chegadas.
   — Oi — responde a menor virando para as duas. — Conseguiu chegar no horário, né Maísa — sorri para a prima.
   — Consegui! — exclama Maísa com alívio deixando sua mochila na carteira atrás da de Laís.
   — Não entendi — diz Daniela e a loira explica:
   — É que a Laís dormiu na casa da nossa vó e como eu sempre venho de carona com ela, hoje eu tive que arrumar outro jeito pra vir.
   — Ah — ela ri. — Seus pais te trouxeram?
   — É, minha mãe — responde Maísa sentando na mesa de Laís. Assim que ela apoia sua mão na mesa, Laís enxerga a pedrinha brilhante do anel dela. 
   — Que anel bonito — elogia pegando a mão da prima para examinar a pedra mais de perto.
   — Obrigada, foi um presente. — Maísa lança um olhar cúmplice para Daniela, que fica arregala os olhos ao concluir quem foi que presenteou a loira. 
   — De quem? — indaga Laís.
   — Só posso te contar se você prometer não abrir a boca para os meus pais.
   — Foi o Jonas — Laís acerta em cheio. — Por que eu não posso contar que foi ele?
   — Por causa das circunstâncias em que ele me deu.
   — Como assim?
   — Promete que não vai contar.
   — Tá, eu prometo.
   — Laís, é sério.
   — Eu prometo — garante a menor. — Me conta.
   — Depois que eu fui embora da sua casa, sábado, fui para um chalé da família do Jonas na saída da cidade.
   — Como? — Laís fica de queixo caído. — Mas você não ia dormir na casa da Dani?
   — Era mentira — fala Daniela. — Continua, Maísa, quero saber como você ganhou esse anel maravilhoso.
Maísa sorri e conta:
   — O Jonas me pediu em namoro. — Suas duas amigas ficam tão perplexas que não conseguem dizer nada. — Qual é, gente? Uma hora isso ia acontecer.
   — Eu esperava que não acontecesse — confessa Laís em choque. — Meu Deus, você disse sim!
   — No começo eu hesitei, mas depois disse sim. A gente se gosta, por que não?
   — Caramba! — Daniela exclama. — Mas, espera, por que a aliança está no mindinho? Não coube no seu dedo anelar? — ela ri e Maísa faz o mesmo.
   — Não é uma aliança. É só um anel mesmo. Quer dizer — ela ergue a mão —, não é só um anel. É tão lindo! — ela abraça a própria mão.
   — Eu ainda não estou acreditando nisso — fala Laís e sua prima exclama:
   — Aceita, Laís. Eu e o Jonas estamos namorando!
Isabela, que não está tão distante das três, ouve a exclamação e busca Jonas pela sala, encontrando-o conversando com Jaqueline de costas para a porta. Ela desvia o olhar e fica pensativa.

Assim que o sino toca, os alunos acomodam-se em suas salas. Yasmin fecha a porta quando Pedro, o último aluno que faltava, entra. 
   — Gente! — chama a atenção de todos, parando em frente ao quadro. — Eu tenho um recado do diretor pra...
A porta novamente é aberta e o próprio Joaquim adentra no espaço.
   — Não morre cedo! — fala Malu e Thiago brinca:
   — Que pena.
Os que estão ao redor dele dão risadinhas abafadas.
   — Eu já ia começar dar o seu recador, Joa... diretor — fala Yasmin ao homem.
   — Ah, desculpa por te interromper, Yasmin. Pode continuar, eu espero. — Ele se posiciona no canto da sala e a loirinha volta a encarar os colegas.
   — Então, gente, como eu ia dizendo, o diretor chamou a mim e a Laís na sala dele para conversarmos sobre números. Números sobre a nossa formatura — acrescenta com entusiasmo. 
   — Opa, fiquei interessada! — exclama Malu endireitando-se em sua carteira.
   — Pois é. Continuem pagando as suas mensalidades e fazendo também as doações para o nosso caixa. — Ela pega uma caneta e se vira para o quadro branco. — Esse é o valor em caixa até o momento.
Quando termina de escrever os vários dígitos na lousa, vários de seus colegas soltam exclamações de espanto.
   — Ainda temos mais uns meses para arrecadar dinheiro, por isso não se sintam confortáveis pelo o que a gente já tem. Esse é o recado do diretor, agora eu tenho um lembrete meu pra vocês — fala a loirinha mais animada do que antes. — Se vocês ainda não checaram o e-mail de vocês, chequem! Lá se encontra o convite para a minha festa de aniversário que acontecerá nesse final de semana. Com uma temática mais ecológica, que começa pelo convite, que foi enviado por e-mail para evitar papel desnecessário, vocês vão se surpreender com tudo que está sendo organizado para comemorar mais um ano da minha linda existência.
   — Há controvérsias — Jonas fala e Yasmin consegue ouvir.
   — O senhor diretor também está convidado — sorri a loirinha para Joaquim. — Pode levar a família toda, ok? Sei que algumas pessoas dessa sala gostam bastante da sua filha Antonela. 

Jonas não esconde sua irritação quando Yasmin devolve a provocação e tanto Felipe quanto Victor acham graça. Joaquim fecha a cara e Yasmin diz sem perder nada de seu entusiasmo:

   — É isso, gente, obrigada! A sala é toda sua, diretor. — Ela se acomoda na carteira do professor, que ainda não entrou, para ouvir o que Joaquim tem a dizer.   — Bom dia, turma — cumprimenta o diretor e os alunos respondem. — Como vocês já devem estar cansados de ouvir, os vestibulares estão chegando.
   — Ah, não! — exclama Luciana deitando a cabeça na mesa. — Vamos voltar a falar da formatura.
Alguns riem, inclusive Joaquim.
   — Infelizmente o futuro de vocês não depende só de festa, Luciana. Nós da diretoria queremos o melhor para vocês e imaginamos que alguns podem estar com dificuldade para escolher qual rumo seguir. Não sei se vocês sabem, mas temos uma equipe de psicólogos e orientadores no colégio. E durante as próximas semanas eles irão realizar uma série de atividades com vocês para que o caminho fique mais claro. 

   — Fala para eles trazerem lanternas — pede Alexandre — porque o meu caminho está muito escuro.

A sala cai na gargalhada e Joaquim entra na brincadeira:

   — Pode deixar, Alexandre. Por causa dessas atividades de orientação, vocês não vão ter esse primeiro tempo.

   — Só por que eu queria ter física logo no primeiro tempo da semana! — ironiza Malu e seus amigos riem.

   — Pois é, Malu — responde Joaquim —, mas pensa que as aulas de física vão fazer diferença na hora dos vestibulares.

   — O senhor tá me deixando depressiva! — ri a morena.

   — Brincadeiras à parte, gente, façam com seriedade esses testes. Está cada vez mais próximo do fim do ano e a partir daí vocês vão se separar e seguir cada um o seu rumo.

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