Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 310: Isabela reúne familiares em jantar de aniversário


Em um outro pátio, menor e mais reservado, Isabela conversa com seu ex-namorado Jonas.
   — Eu queria te dar meus parabéns — diz o jovem.
   — Obrigada — ela responde com um sorrisinho. 
   — Ano passado a gente passou o seu aniversário junto...
   — Jonas, isso é passado — interrompe Isabela.
   — Sim, eu sei. Posso continuar? — ele ri. — Então, como ano passado a gente passou essa data junto, é estranho para mim sequer te dar os parabéns.
   — Entendi.
   — Eu sei que o nosso término não foi dos melhores.
   — Eufemismo da sua parte.
   — É, eu fui um otário com você, sei disso. Só que eu estou amadurecendo e queria que a gente pudesse ter pelo menos uma relação agradável.
Isabela olha atentamente para ele e diz:
   — Jonas, eu fico muito feliz por você estar mudando e amadurecendo, de verdade. Só que ter qualquer relação com você é demais pra mim.
   — Eu imagino como deve ser difícil, mas é que eu ainda tenho um carinho por você. Eu sei que a gente terminou por minha causa, mas eu nunca deixei de sentir algo especial por você. Eu só não era maduro o suficiente para levar um relacionamento com seriedade.
   — Legal. 
   — Isa, por favor — ele pede.
   — Jonas, tenta entender o meu lado.
   — Eu entendo! Entendo completamente, mas parece que você não está fazendo nenhum esforço para que a nossa situação mude.
   — Porque pra mim está ótimo do jeito que está! Você na sua e eu na minha.
Ele dá uma risada impaciente.
   — Não é possível que você não se importe comigo. Não estou me referindo à amor nem nada, mas um carinho. A gente fez parte da história do outro!
   — Eu tenho um carinho por você, mas também tenho mágoa. Não é algo que eu queira sentir, mas é impossível não sentir. Só o tempo pode consertar as coisas, Jonas. Eu fico muito feliz, de coração, por você estar crescendo, mas não tem um botão que possa ser acionado e a gente se torne amigo, entende?
   — Sim. — Ele pega na mão dela. — Espero que um dia a gente possa ter uma amizade sincera. Nada que seja semelhante ao nosso namoro, mas algo leve e respeitoso. Eu te admiro muito, Isabela, e que hoje seja apenas um dos muitos aniversários que você fará.
Isabela assente.
   — Obrigada.
   — Posso te dar um abraço?
Ela hesita, mas concede. Os dois se abraçam por um longo período e Isabela sente algo profundo e genuíno por ele.

Horas mais tarde, em seu apartamento, Bernardo veste-se juntamente com sua esposa Anelise.
   — Acho que eu engordei — comenta a jornalista saindo do banheiro usando um vestido preto.
   — Claro que não, amor — discorda Bernardo.
   — O vestido está apertado. — Ela para ao lado dele em frente ao espelho.
   — Está do jeito que sempre foi.
   — Claro que não. Olha aqui na barriga! — Anelise passa a mão na região.
Bernardo dá um leve sorriso e a abraça por trás.
   — Será que teremos um herdeiro?
   — Ah, claro — ela ironiza. — Você não viu os absorventes no banheiro, Bê?
   — Algumas mulheres têm sangramento no primeiro trimestre da gravidez. Não é menstruação, mas algumas confundem.
   — Nossa! — exclama Anelise tirando o vestido. — Desde quando você tem especialização em ginecologia e obstetrícia?
Bernardo ri.
   — Você sabe que eu não tenho especialização nenhuma ainda.
De lingerie, Anelise caminha até ele e senta em seu colo, deixando cada perna em um lado do quadril dele.
   — Então por que você acha que sabe o que está acontecendo comigo?
   — Porque o meu instinto paterno está me dizendo isso — brinca o médico.
   — Cala a boca, Bernardo! — gargalha Anelise. — Eu não estou grávida, isso é impossível. Você como médico sabichão deveria saber que nós tomamos todas as precauções.
   — Vai que algo deu errado? — ele ri.
   — Sabe o que é isso? — indaga a jornalista levantando e indo até o armário. — Você está deixando as pessoas interferirem na nossa decisão.
   — Na nossa ou na sua?
Anelise gira com rapidez.
   — Como?
   — Nada não. — Ele sacode a cabeça. — Nada demais.
   — Hum. — Anelise pega outro vestido e minutos depois, pergunta: — Podemos ir?
   — Podemos.
   — Achei muito fofa a decisão da Isabela — comenta Anelise saindo do apartamento. — Pedir pra gente doar dinheiro a uma ONG para animais no lugar de presentes.
   — É legal mesmo! — concorda Bernardo. Ele tranca a porta e busca a mão de Anelise. Juntos, caminham até o elevador.

Ainda com o cabelo molhado, Vinícius termina de fechar os botões de sua camisa estampada, amarra os cadarços do sapatênis laranja e sai do quarto. Ele desce as escadas e assim que chega ao térreo encontra-se com Chay, que passa pela porta principal.
   — Oi, pai! — ele sorri abraçando o cantor.
   — Oi, Vini! Tudo bem? 
   — Sim. — O jovem olha ao redor, observando a decoração minimalista idealizada por Mel. — Ficou legal as coisas, né?
   — Bastante. — Chay caminha até o sofá com o filho e se senta. — Cadê as damas dessa casa?
Vinícius sorri.
   — Ainda estão se aprontando. O senhor foi o primeiro a chegar, sabia?
Cha olha ao redor. Tudo está bem arrumado e iluminado, mas ele e o filho são os único no recinto. 
   — Sério? Nem percebi! — ironiza e gargalha. Nina surge do interior da mansão correndo e pula no colo de Chay.
   — Ah! Aí está você, mocinha.
   — Ela nem estranhou ir para o seu apartamento e voltar pra cá — comenta Vinícius.
   — Que bom, né? Ela tomou banho? Está brilhando.
   — Pois é, para variar um pouco — ri Vinícius. 
Após conversarem por alguns minutos, Chay vira para o filho e pergunta sem rodeios:
   — Como foi a prova pra escola da França?
Vinícius desvia o olhar e dá de ombros.
   — Não sei. Eles não comentam a sua performance. 
   — E como você vai saber se passou?
   — Eles entram em contato com você. O resultado vai demorar pra sair ainda, foram muito candidatos e é uma prova para toda a América do Sul, então precisa esperar os outros países também.
   — Nossa, que grandioso isso, né?
   — Sim.
   — E como você se saiu?
   — Ah, eu dei o meu melhor.
   — Então eu tenho certeza de que você arrasou — sorri Chay.

Com uma caixa de jóias, Mel caminha em seu macacão de alta costura até o quarto de Isabela. Após bater na porta, ela gira a maçaneta e entra.
   Isabela sai de seu closet e se surpreende com a beleza e exuberância da mãe.
   — Oi — fala Mel.
   — Oi — responde a adolescente parando ao lado da cama para calçar seu sapato de saltos.
   — Você está linda — Mel elogia ao fechar a porta atrás de si.
Isabela olha para seu vestido bordado de manga longa e agradece:
   — Obrigada.
   — Eu tenho uma coisa que gostaria que você usasse — fala Mel indo até ela.
   — Eu disse que não queria presentes — retorque a adolescente fechando seu sapato.
   — Eu não comprei, então eu não considero como presente.
   — O que é? — Isabela fica em pé, ganhando alguns centímetros com o salto.
   — Isso. — Mel abre a caixa de jóias e mostra um par de brincos de pérolas com cristais.
   — São lindos — sussurra Isabela surpresa.
   — Obrigada! — Mel sorri. — Fui eu quem desenhei.
   — Nossa! — A adolescente olha nos olhos da mãe. — Obrigada.
   — Eu queria que você usasse hoje. Sei que o seu vestido já tem bastante detalhe, mas ficaria muito feliz.
Isabela hesita e pega a caixa.
   — Usarei.
Mel continua fitando a filha.
   — Isa, eu gostaria de te pedir mais uma coisa.
   — O quê?
   — Vamos dar uma trégua pelo menos hoje.
A adolescente caminha até o seu closet.
   — Não sei do que a senhora está falando.
   — Sabe sim — retorque Mel seguindo ela. — Desde que eu assumi meu relacionamento com o Reinaldo para vocês, você sequer olha na minha cara.
   — Eu preciso de um tempo para digerir... isso.
   — Eu sei — fala a empresária acompanhando a filha tirar os brincos de ouro que usa de costume. — Mas hoje é o seu aniversário e toda a nossa família vai vir, gostaria que a gente pudesse ter uma noite normal.
   — Normal — ri Isabela colocando os brincos que ganhou. — A nossa família deixou de ser normal há algum tempo.
   — Isabela — Mel chama com seriedade. — Eu e o seu pai nos divorciamos e temos o direito de seguir com as nossas vidas. Eu sou madura o suficiente para saber o que é o melhor pra mim e estou muito feliz com a minha atual situação, é pedir demais que você entenda e respeite isso?
   — Sim — retorque a adolescente. — Não é normal pra mim ver a minha mãe com outro da noite pro dia.
   — Não foi da noite pro dia e você sabe muito bem disso.
   — Mesmo assim.
Mel respira fundo e diz:
   — Esse não é o melhor momento para termos essa conversa. Eu só te peço para que a gente possa aproveitar o jantar, afinal hoje é o seu aniversário.
Isabela assente sem olhar para ela.
   — Tudo bem.

Os pais de Chay, Hérica e João Paulo, chegam à mansão de Mel.
   — Boa noite! — eles sorriem para Chay e Vinícius. Os quatro se cumprimentam e o casal de idosos se juntam aos dois na sala de estar.
   — Chegamos muito cedo? — questiona João Paulo conferindo as horas.
   — Não — tranquiliza Vinícius. — O pessoal que está atrasado mesmo. 
Eles riem.
   — Cadê a nossa aniversariante? — Hérica indaga.
   — Está se aprontando lá em cima — conta Chay. — A Mel também.
Hérica passa a mão pelo cabelo já seco de Vinícius.
   — Como está, meu querido?
   — Estou bem, vó.
   — E a sua namorada? Ela vai vir hoje?
Vinícius sorri.
   — Não, hoje só quem vem é o namorado da Isa.
   — Ah, menino bonito aquele, né?
   — Depende do ponto de vista — ri Vinícius. 
Instantes depois, Felipe está passando pela porta com Nícolas no colo e Luíza e Daniel à frente.
   — Oi, gente! — sorri a psicóloga. 
Todos se acomodam e Nícolas se arrasta para o colo do primo.
   — Oi, rapaz. Você está grande, hein? — comenta Vinícius.
   — E pesado — acrescenta Felipe ao lado dele.
   — Eu já sou um rapazinho — fala Nícolas e eles riem.
   — Sabe o que a minha avó disse sobre você? — pergunta Vinícius para Felipe quando Nícolas passa a brincar com Nina.
O moreno olha para Hérica, que está bem envolvida em uma conversa com Daniel.
   — O quê?
   — "Menino bonito aquele" — repete Vinícius e eles riem.
   — Viu, minha beleza agrada a todas as faixas etárias.
   — Nossa, bem menos! — Os dois gargalham. Em seguida, eles e os demais olham para o topo da escada, onde Mel surge esplendorosa. 
   — Boa noite — ela fala sorrindo para eles ao chegar ao térreo.
   — Como você está linda — elogia Hérica.
   — Quanto mais o tempo passa, mais bonita você fica — acrescenta João Paulo.
   — Acho que vocês estão precisando trocar de óculos — brinca Luíza e todos riem. — Mentira, hoje você está demais, Mel.
   — Só hoje? — ri a empresária abraçando a irmã.
Nesse instante, os pais das duas chegam.
   — Oi, mãe! — elas falam ao mesmo tempo e riem.
   — Só em aniversário para todos nós nos reunirmos, né? — comenta Daniel minutos depois, quando todos já estão confortavelmente sentados.
Felipe ergue a cabeça no exato momento em que Isabela aparece no alto da escada. Ele é o primeiro que olha para a jovem e o seu coração acelera quando o olhar dela se encontra com o seu. Isabela sorri para o namorado e fica o encarando. Para os dois é como se não houvesse mais ninguém na sala e o tempo tivesse congelado ao redor deles.
   Só quando André fala que Isabela sai desse universo paralelo. 
   — Minha princesinha!
A jovem olha para o avô e sorri. Sem tirar o sorriso do rosto, desce os degraus da escada com elegância e recebe os parabéns e os abraços apertados de cada um de seus familiares ali presente.
   — Como você está linda — elogia João Paulo. — Uma mocinha já.
Ela sorri e agradece. Somente quando já conversou com todos, Isabela vai até o namorado.
   — Oi — fala erguendo só os olhos.
   — Oi.
Felipe coloca as mãos na cintura dela e beija sua bochecha.
   — Você está linda.
   — Esperava um elogio diferente de você — ri a jovem.
   — Hum, vamos ver... você está incrivelmente deslumbrante. Está bom?
   — Melhorou! — Os dois riem.
   — Você cresceu bastante, hein? 
   — Graças a isso aqui! — Isabela olha para seus pés e sorri.
   — Você fica linda alta, mas eu prefiro minha pequena.
   — Bom pra você — ri a jovem. — É bom não ficar com torcicolo pra te olhar.
Felipe sorri.
   — Você está falando sério?
   — Um pouco. Quando a gente se abraça, é difícil ficar te olhando sem parar, o pescoço dói.
Ele sorri e sussurra no ouvido dela:
   — Estou tendo que me controlar para não te agarrar, sabia?
   — Mais tarde a gente vai ter tempo pra isso — Isabela lança um olhar provocante para ele.
Nícolas surge e abraça as pernas e o quadril de Isabela.
   — Parabéns, Bela!
O primeiro instinto de Isabela é agachar para falar com ele, mas aí ela lembra que está de vestido curto e então senta no sofá mais próximo.
   — Oi, Ni! Como você está bonito.
   — Você também!
   — Não chegamos atrasados!
Todos olham para a entrada e veem Anelise e Bernardo indo até eles.
   — Boa noite pra vocês também — brinca Chay.
Após cumprimentarem todos, Bernardo explica:
   — A gente pensou que fosse chegar já na hora do jantar.
   — A culpa é do Bernardo — rebate Anelise nos braços da mãe. — Ele resolveu brigar com o GPS e pegar outro caminho.
Vinícius ri e Daniel pergunta:
   — Como assim?
   — O GPS queria que a gente seguisse um caminho — conta Bernardo —, mas eu sabia que a gente ia passar em uma área perigosa, por isso mudei.
   — E assim a gente demorou o dobro do tempo pra chegar — completa sua esposa.
   — Mas chegamos!
   — É isso que importa — ri Mel.
   — Agora que todos chegaram — Chay fala — podemos ir para a sala de jantar?
   — Morto de fome! — cantarola Mel e todos riem.
Minutos depois, as famílias de Chay e Mel se reúnem ao redor da mesa de jantar. Na cabeceira, Isabela está sentada entre os pais.
   — Antes da gente se deliciar com o jantar — fala a adolescente ficando em pé —, eu queria dizer uma palavra.
   — Discurso, discurso! — Felipe, Vinícius, Bernardo e Nícolas cantarolam e batem palmas.
Isabela ri.
   — Então, são poucas palavras, porque vocês me conhecem e sabem que eu não sou dessas. Eu queria agradecer a presença de vocês essa noite, assim como em toda a minha vida. Vocês todos são muito especiais na minha vida. Meus avós — ela olha para Hérica, João Paulo, Berenice e André —, meus tios — sorri para Anelise, Bernardo, Luíza e Daniel —, meu priminho lindo — pisca para Nícolas —, meu namorado incrível — olha para Felipe —, meu irmão perfeito — sorri para Vinícius — e por último, não menos importantes, pelo ao contrário, meus pais maravilhosos. — Ela pega nas mãos de Mel e Chay e é abraçada pelo ex-casal.
   — Nós te amamos, filha — fala o cantor.
   — Muito! — acrescenta Mel. 
Hérica ergue a taça de champanhe.
   — À Isabela.
Todos acompanham o gesto dela, Nícolas com um copo de suco, e repetem:
   — À Isabela!
Sorridente e com os olhos marejados, Isabela também ergue sua taça e brinda com eles.


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