Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 223: Festa Junina - Parte 1


No decorrer da manhã as primas Laís e Maísa vão a um dos salões dos pais de Jaqueline, Samuel recebe de sua mãe as roupas que usará nas quadrilhas, Thiago não se afasta de Graziele um só instante e Isabela e Felipe levam Nina para um passeio no condomínio. 
   Após o almoço, Marina deixa Brian conversando sobre basquete com Arthur e vai até a casa de Vinícius. Ela é atendida pela própria sogra e vai até o quarto do namorado, porém para perto da porta, pois escuta Vinícius tocar violão. A voz serena e afinada do garoto canta a música Ela une toda as coisas de Jorge Vercillo e mesmo sabendo que ele não canta diretamente para ela, a morena imagina os lábios corados e os olhos meigos de Vinícius sorrindo para si. 

Lado a lado na areia da praia, Thiago e Graziele caminham.
   — Eu sei que a gente veio só para andar — ele começa —, mas olhando o mar me deu uma vontade de mergulhar. 
   — Ah, não! — discorda Graziele. — A gente nem trouxe roupa. 
   — Qual é o problema? 
   — A gente vai ficar ensopado depois? Ou você quer entrar só de cueca e eu de lingerie? 
Thiago ri e passa um braço pela cintura dela, dizendo:
   — Se a praia tivesse deserta, sem dúvida alguma. 
A ruiva sorri e dá um beijo nele. 
   — Se a praia tivesse deserta, nós mergulharíamos sem nada — provoca ela. 
Thiago ri e beija Graziele novamente. Em seguida pega a ruiva no colo. 
   — Então, vamos ou não vamos? 
   — Eu não vou, se você quiser ir pode ir. 
   — Minha vida não tem graça sem você — Thiago diz e sente a garganta ficar apertada. 
Graziele sorri e dá um selinho nele. 
   — Então a sua vida sempre será graciosa, pois eu não pretendo sair dela. 
O rapaz se esforça para não transparecer nenhuma melancolia.
   — Por isso nós vamos mergulhar juntos — fala ele após se recuperar. 
   — Não, Thiago! — choraminga Graziele. 
   — Qual é o problema, amor? Está um Sol de rachar, a gente vai ficar seco até a hora de ir embora. 
   — Mas eu não quero me molhar. 
   — Já ouviu aquele ditado: Querer não é poder? 
Graziele dá um tapa no peito dele sorrindo. 
   — Larga de ser idiota. Eu posso escolher mergulhar ou não. 
   — Engano seu. — Thiago começa a correr para o mar e Graziele esperneia, mas não consegue se livrar do mergulho. Os dois entram no mar e se separam na água. Thiago nada até Graziele e abraça a cintura dela. — Viu como a água está gostosa? 
Graziele revira os olhos. 
   — Gostosa estava a areia. 
   — Gostosa está você. — Thiago sorri e beija a ruiva.

A vontade de se jogar nos braços de Vinícius é tamanha que Marina não espera que ele termine a música para entrar no quarto. 
   — Oi — fala parando abruptamente no batente. Vinícius para de tocar e olha para a namorada, dando o exato sorriso carinhoso que Marina imaginou. O corpo dela se aquece e o seu coração dispara. 
   — Oi, Mari! Vem cá. 
Marina caminha até ele, que está sentado em um tapete ao lado da cama. Ela se senta e dá um beijo longo e intenso em Vinícius. 
   — Uau — ele fala sem fôlego quando os seus lábios afastam-se. 
   — Estava com saudades de você — confessa Marina sorrindo.
   — Eu também. Muita! 
O casal se olha profundamente e é Marina quem desvia, passando a encarar o violão dele. 
   — Eu estava te ouvindo tocar. 
   — Era Jorge Vecillo. 
Ela assente. 
   — Uma bela música. 
   — Presta atenção na letra dessa — pede Vinícius segundos antes de começar a tocar Todas elas juntas num só ser do Lenine. 
   Marina atenta-se em casa palavra da música, não entendendo muito bem as referências, porém sorri encantada quando Vinícius canta o trecho: "Loira de Hervê e loira do É O Tchan, lôra de Gabriel, o Pensador; Laura de Mercer, Laura de Braguinha, Laura de Daniel, o trovador; Ana do Rei e Ana de Djavan, Ana do outro rei, o do baião. Nenhuma delas hoje cantarei: Só outra reina no meu coração. Só você, rainha aqui é só você. Só você, a musa dentre as musas de A a Z." 
   Seu sorriso aumenta quando Vinícius canta os últimos versos:
   — Você é pra mim e o meu amor, crescendo como mato em campos vastos. Mais que a gatinha para Erasmo Carlos, mais que a cigana pra Ronaldo bastos, mais que a divina dama pra Cartola, que a domna pra Ventadorn, Bernart, que a honey baby pra Waly Salomão e a funny valentine pra Lorenz Hart. Só você, mais que tudo e todas, é só você. Só você, que é todas elas juntas num só ser.
Eles se encaram com paixão e Marina inclina-se para lhe beijar. 
   — Agora é minha vez de cantar uma música — ela diz. — Você canta comigo? 
   — Que música? 
   — I love you do Alex and Sierra — responde a garota sorrindo. 
   — Espera aí. — Vinícius pega o seu celular e olha a cifra da música que Marina falou. — Ok.
Ele começa a tocar e os dois cantam a música juntos, Vinícius interpretando as partes do Alex e Marina as da Sierra. Ao final, eles riem e dão mais um beijo. 

As horas passam, aproximando o horário da festa. No início da noite, Marina e Yasmin encontram-se no portão da mansão de Mel. As duas se olham fixamente e Marina analisa Yasmin, que traz consigo uma malinha de rodas e uma grande necessaire. O oposto da loira, Marina carrega apenas uma mochila.
   — Você não trouxe as roupas que você vai dançar? — pergunta Yasmin após ter tocado o interfone. 
   — Não — responde Marina. — O Victor vai levar para mim. 
   — Nossa, que milagre! O Victor sendo cavalheiro. 
   — Ele é com quem merece — retruca a morena no instante que o portão se abre. Yasmin fuzila ela com o olhar, mas evita falar qualquer coisa pois não quer estragar a ocasião proporcionada por Isabela. 
   As duas entram silenciosamente na mansão e caminham pela trilha entre o jardim. Ao passarem pela porta, deparam-se com Vinícius que está sentado de maneira relaxada no sofá. Quando o olhar dele pousa nas duas, suas sobrancelhas erguem-se, demonstrando o espanto em que ele se encontra. 
   — Já voltou? — ele pergunta sorrindo para a namorada. 
   — Pois é, mas dessa vez eu vim por causa da Isabela — Marina responde com a voz mais descontraída. 
   — É?
   — A Isabela chamou a gente para se arrumar aqui — é Yasmin quem conta. 
   — Bacana!
   — Depende do ponto de vista — Marina não consegue controlar sua língua e Yasmin respira fundo. 
   — Bom — diz a loirinha tentando não perder a calma —, eu já vou subindo. 
   — Ok, fala para a Isabela que daqui a pouco eu vou — pede Marina e caminha até o sofá em que o namorado está.
   — Tenta não criar caso hoje — Vinícius pede com delicadeza. — É dia de festa, lembra?
Marina sorri e dá um selinho demorado nele. 
   — Eu só vim porque foi a Isabela que chamou, eu não queria recusar um convite tão fofo dela.
   — Pensa nela então quando quiser provocar a Yasmin. 
   — Eu não provoco ninguém!
Vinícius sorri. 
   — Tá bom, então. 
Marina ri e beija ele antes de se levantar. 
   — Vou subindo, quero caprichar bastante no meu visu para hoje a noite. 
Ele dá um sorriso carinhoso e fala:
   — Não precisa caprichar tanto, você já é linda por natureza. 
A garota não esconde a paixão em seus olhos e sobe para o quarto da cunhada. 

Também para se arrumar em coletivo, Maísa e Aline vão até a casa de Laís. As três conversam no quarto da vice-líder do terceiro A:
   — Eu estou ansiosa para a festa — diz Maísa passando base em sua pele facial. — Sempre que eu fui nas festa do Otávio Mendes foi como convidada, quero saber a sensação de ser aluna e formanda. 
Laís ri. 
   — Não é muito diferente, tirando a parte que você tem mais responsabilidades do que qualquer convidado. 
   — Não sei explicar direto — Aline fala —, mas estou sentindo uma energia tão boa com relação a essa festa. Parece que algo muito bom vai acontecer. 
   — Essa energia tem a ver com uma coisa que começa com Ia e termina com Go? — pergunta Maísa rindo. 
   — Não, besta. Como eu disse, não sei explicar, apenas estou sentindo essa sensação boa. 
   — Tomará que aconteça coisas boas mesmo — torce Laís.

Por volta das nove horas, Ulisses vira na rua do colégio. O local está tumultuado e de longe dá para ver os flashes que indicam a presença de fotógrafos. Alguns veículos entram pela lateral, no estacionamento do colégio, enquanto outros apenas param em frente ao portão para que os passageiros desembarquem. No automóvel, Yasmin, Isabela e Felipe comentam sobre o alvoroço enquanto Ulisses aguarda a fila de carros de luxo andar.
   — Pelo jeito a nossa festa foi bem divulgada, né? — comenta Yasmin. 
   — Muito! — concorda Isabela olhando pela janela. — Olha o tanto de fotógrafos e jornalistas que tem. 
   — Parece até evento de gente famosa — Felipe diz e eles riem. 
   — É mais ou menos isso — fala sua irmã. Quase dez minutos depois, Ulisses finalmente consegue parar em frente ao portão para o trio descer. Barras de ferro foram colocadas para evitar o acesso dos fotógrafos e jornalistas na área de entrada dos convidados. Um segurança chegar perto do carro e abre a porta traseira para eles. Felipe é o primeiro a descer e oferece a mão para a namorada, que sai logo em seguida. 
                                               
Eles trocam um sorriso e sobem na calçada seguidos por Yasmin.
   Ao verem a loirinha, os fotógrafos ficam ainda mais agitados e chamam pela nome dela juntamente por Isabela. 
   — Você leva depois as nossas malinhas para gente? — indaga Yasmin para Ulisses.
   — Sim, senhorita. 
Yasmin sorri e segue Isabela e Felipe pelo caminho até o portão do colégio, que está cercado por seguranças.
   — Vamos parar para tirar foto, gente — ela chama. O trio para e Isabela fica entre os irmãos para a foto. Os flashes deixam eles cegos momentaneamente e Isabela fala segundos depois:
   — Vamos entrar.
   — Sim, vamos. 
Eles dão as mãos e caminham para o interior do Otávio Mendes junto com Yasmin. Alguns repórteres gritam pela loirinha e outros pelo casal, porém eles não param para dar entrevistas. 

Tanto o exterior do ginásio quanto o interior está decorado com a temática junina. Mesas foram colocadas seguindo a linha das arquibancadas, dois containers foram unidos para a discoteca e um palco arredondado foi montado ao centro. As conhecidas cabines fotográficas foram colocadas novamente em pontos estratégicos e as barraquinhas estão espalhadas por todo o colégio. 
   No último degrau de uma das escadas das arquibancadas, Maria Luíza conversa com Graziele. 
   As duas riem e comentam sobre alguns convidados e alunos. 
   — Droga! — exclama Malu repentinamente. 
   — O que foi, Malu? — indaga a ruiva com a testa franzida. 
   — Nada, só vi uma coisa.
   — Viu o quê? — insiste Graziele e gira a cabeça, olhando na direção em que a morena olhava anteriormente. Após analisar as pessoas que estão ali, fixa-se em Samuel.
   — É o Samuel, né? 
Malu dá de ombros.
   — Claro que não. 
Graziele ri e dá um tapa na amiga. 
   — Larga de ser cara de pau, Malu. Eu sei que foi ele, o que aconteceu? 
Malu ri e passa a mão pela franja.
   — É que ele está tão... lindo. 
Graziele joga a cabeça para trás e gargalha.
   — Se ele fosse feio facilitaria sua vida, né? 
   — Um pouco. 
As duas riem e Malu sacode a cabeça. 
   — Daqui a pouco o Ben está chegando, se é que ele já não está aqui. 
   — Vai mudar de assunto? 
A morena empurra os ombros da namorada de Thiago.
   — Você é muito chata, garota!

Após ficarem alguns minutos na fila de carros, Marina, Vinícius, Victor e Brian chegam na calçada de entrada do colégio. Marina fica espantada com a quantidade de profissionais ali fora e diz:
   — Nossa, não pensei que fosse ter tantos fotógrafos assim. 
   — Esse ano tem mais do que fotógrafos do que nos anos anteriores, né? — indaga Vinícius. 
   — Sim — concorda Victor em tom irônico. — Eu lembro muito bem dos outros anos.
Vinícius ri. 
   — Esqueci que vocês entrarem esse ano. 
   — Eu nem entrei — ri Brian. 
"Mas eu não estava falando com você" o pensamento de Vinícius vem involuntariamente. Eles descem e são assediados assim como foram Isabela, Felipe e Yasmin. 
   Embora não transpareça, Marina fica bastante incomodada com tantos flashes e chamados. Ela tenta passar reto, direto para o interior do colégio, porém Vinícius segura em sua mão, impedindo o ato. 
   — Vamos tirar pelo menos uma foto — ele fala no ouvido da namorada. Marina lança um olhar de súplica para ele, que completa: — Só uma foto, amor. 
Ele segura o impulso de dar um beijo nela, por causa da presença de tantos fotógrafos. Todos ficam parados por alguns segundos, exibindo-se para as lentes das câmeras. 
   — Já podemos ir? — indaga Marina sentindo-se muito exposta. 
   — Sim, vamos. 
Marina pega na mão dele e eles entram com Victor e Brian logo atrás. Os dois riem e conversam, zoando os fotógrafos em um raro momento de descontração. 

Cumprindo o seu tempo na barraquinha da pescaria, localizada perto de algumas mesas, Maísa auxilia algumas crianças na brincadeira. 
   — Parabéns! — exclama quando um garotinho pesca um peixinho de plástico. — Aqui o seu prêmio — fala entregando um ursinho de pelúcia do Capitão América para ele. O olhar meigo que ela estava dando para ele se esfria ao ver Jonas caminhar até a barraca. — O que você quer aqui? 
   — Não parece óbvio? — retruca o rapaz entregando a ficha da pescaria para ela.
 Contragosto, Maísa recebe o objeto e entrega uma vara da cor azul para ele.
   — Que você não pesque nenhum peixe — agoura. 
   — Quanto mais tempo eu levar para pescar, mais tempo vou ficar aqui perto de você — provoca Jonas dando um sorriso para ela. 
Maísa revira os olhos. 
   — Tenho que concordar. 
   — É, eu tenho razão. Sempre. 
   — Só que não, né? — Ela cruza os braços. — Você não quer colocar a sua vara na água logo? O peixinho não vai sair da piscina para pular na vara. 
   — O que você quer que eu faça com a minha vara? — Jonas abusa do duplo sentido de sua frase. 
   — Jonas, por favor, pesca logo — pede Maísa com impaciência. 
   — É assim que você atende os convidados? — ele pergunta jogando o anzol na piscina. 
   — Não, apenas você.
Jonas ergue uma das sobrancelhas. 
   — Então eu recebo um tratamento especial?
   — Sim, mas se eu fosse você não veria nenhum sentido positivo nisso. 
   — O que eu vejo ou deixo de ver é uma decisão minha. 
   — Você é tão ignorante — resmunga Maísa revirando os olhos. 
   — Você recebe um tratamento especial também. 
   — Ridículo. 
   — Eu queria retribuir esse elogio — ele fala mexendo a vara sem a pretensão de pegar algum peixe —, mas você está tão bonita hoje que eu não consigo. 
O rosto de Maísa fica aquecido e um pouco ruborizado. 
   — Não me venha com esse papinho. 
   — Poxa, só estou sendo sincero. 
   — Você está sendo um enrolão, isso sim. Quer ajuda para pescar? 
   — Eu quero sua ajuda para outras coisas.
Maísa estreita os olhos e se aproxima bastante dele, ficando apenas com a armação da barraca entre seus corpos. 
   — Qual é o seu problema? Você quer me provocar ou quer algo a mais? Porque eu poderia jurar que você estava me odiando. 
   — Eu te odeio, Maísa — ele confessa causando um embrulho no estômago dela —, mas eu também gosto de te provocar, te de atiçar. 
   — E o que você acha que vai conseguir com isso? 
   — Te irritar. 
   — Quanta maturidade — ela ironiza. 
   — Falou a garota que ficou com o melhor amigo do garoto com que ela estava se envolvendo.
Maísa ri. 
   — Você nunca vai superar o que eu tive com o Samuel, né? 
   — Quem sabe um dia? — indaga Jonas dando de ombros. 
   — Eu não me arrependo nem um pouco do que fiz, sabe? Foi muito bom!
   — Interessante. 
   — Sim, muito. 
Jonas ri e sacode o seu anzol. 
   — Estava pensando se quero ou não ficar aqui por mais alguns minutos. 
   — O quê? 
   — Sei lá, estou a-do-ran-do bater um papo com você — ele ri. 
Maísa respira fundo e morde um lábio, procurando encontrar calma. Ao fitar os olhos atrevidos de Jonas, ela perde toda a compostura:
   — Quer saber de uma coisa? Fica aqui pescando o tempo que você quiser, mas eu não fico por mais um segundo!
Ela olha para a garota do 3ºB que a acompanha na responsabilidade da barraca. 
   — Eu estou saindo. 
   — Mas não deu o nosso tempo ainda — diz a garota. 
   — Dane-se. 
Maísa caminha até a saída da barraca e se afasta, deixando Jonas sorrindo. Segundos depois ele pesca um peixinho de plástico e recebe um ursinho da garota do 3ºB. 

Em uma das mesas, Jaqueline e Luciana conversam e comem tapiocas. 
Os olhos da loira ficam arregalados ao ver um certo rapaz no meio do ginásio. 
   — Não pode ser! — exclama engolindo o pedaço de tapioca que estava em sua boca. 
   — Não pode ser o quê? — Luciana questiona. 
   — Está vendo aquele garoto conversando com a Marina ali no centro? 
Luciana olha na direção apontada pela amiga, vendo Brian e Marina conversarem. 
   — Sim, o que é que tem? 
   — Eu conheço ele. 
A morena ri. 
   — Você deve estar confundindo, Jack. Aquele é o ex-namorado americano da Marina, chegou essa semana no Brasil.
   — Ele é o ex da Marina? — pergunta Jaqueline abismada. 
   — Sim, você nunca tinha visto ele no Insta? 
   — Não. 
   — Pois é, é ele mesmo. 
Jaqueline sacode a cabeça com incredulidade. 
   — Caramba! Isso não pode estar acontecendo.
   — Dá para você me explicar o que está acontecendo? — pede Luciana. 
   — Eu estava no shopping e conheci ele, porque uma vendedora não sabia falar inglês e pediu para eu traduzir o que ele queria — resume Jaqueline.  Eu jamais iria imaginar que ele é o ex da Marina!
   — Você está brincando? 
   — É sério. Ele até me chamou para lanchar depois, mas eu recusei. Meu Deus, Luciana. Você tem noção do que aconteceu? 
   — Você e o ex da Marina bateram um papinho. 
   — Sim e rolou um clima entre nós. Um clima!
Luciana ri. 
   — É o destino. 

Enquanto conversa com Brian, Marina observa os rapazes da banda contratada subirem no palco. Seu coração dispara e seu queixo cai. 
   — Fala sério! — exclama em português.
   — Hã? — Brian indaga sem entender tanto a expressão facial dela quanto a frase. 
   — Espera só um pouco — pede a morena e anda em passos apressados até o palco. 

Os olhos de Maria Luíza brilham ao ver Ben mexendo em sua bateria no palco. Ela sorri e joga sua latinha de refrigerante no lixo antes de caminhar até o palco. Após subir os degraus, junta-se ao baterista. 
   — Oi! — fala sorrindo. 
   — Chegou o brilho da festa! — exclama Ben abrindo um sorriso simpático. 

A mão de Marina aperta um dos ombros de Fred, que se vira para ela. 
   — Oi! — cumprimenta a garota em tom de surpresa. 
Fred sorri e dá um abraço apertado nela, dizendo:
   — Pensei que você só fosse me ver quando a gente começasse a tocar.
Marina ri. 
   — Por que você não me contou que ia tocar aqui? 
   — Queria fazer uma surpresa. 
   — Conseguiu! — Os dois riem. — Eu estou impressionada. — Ela olha ao redor e vê Maria Luíza e Ben conversando bem próximos um do outro. — Eles se conhecem? — pergunta para Fred. 
O músico olha para o amigo e Malu e dá um sorriso. 
   — Eles estão ficando.
Os olhos de Marina se arregalam. 
   — Sério? A Malu está ficando com o seu parceiro de banda? 
   — Sim, você conhece ela? 
Marina ri.
   — Claro! A gente estuda na mesma sala e ela é amiga de infância do pessoal. 
Fred sorri tão espantado quanto ela. 
   — Nossa que mundo pequeno.
   — Vamos ali falar com eles — chama Marina pegando na mão dele. Os dois se aproximam de Malu e Ben. — Como assim você conhece o Ben?
   — Você conhece ele? — indaga Malu surpresa. 
   — Conheço melhor o Fred, mas nós já fomos apresentados, né? — Marina olha para Ben, que assente. 
   — Vocês duas se conhecem? — pergunta o baterista. 
   — Sim! — responde Malu sorrindo. — Que mundo pequeno. 
Marina ri e olha para Fred, que também sorri. Eles se olham e Marina fica feliz por reencontrá-lo. 

Uma hora depois, a banda Som de Garagem interrompe o show para os estudantes do primeiro ano apresentarem sua quadrilha. Yasmin, Victor, Felipe, Isabela, Marina, Vinícius e Brian sentam na arquibancada junto com os outros estudantes para assistirem. 

Enquanto o primeiro ano dança, Malu e Ben conversam na lateral externa do ginásio. 
   — Por que você insistiu conversar comigo aqui fora? — ela pergunta. 
   — O som está muito alto lá dentro.
Malu ri.
   — Apenas isso?
Ben coloca uma mão na cintura dela. 
   — Ah, eu queria um pouco mais de tempo com você. 
   — Pra quê? — indaga a morena em tom de inocência. 
   — Você não faz nenhuma ideia? — retruca Ben aproximando os lábios dos dela.
Malu envolve os ombros dele. 
   — Nenhuma — responde sorrindo. 
   — Eu tenho uma maneira que pode te ajudar a entender. 
   — Sério? Então me mostra. 
   — Com maior prazer. 
Eles riem e dão um beijo intenso.
   Com uma latinha de refrigerante na mão, Samuel caminha de volta para o ginásio após ter saído para ir ao banheiro do pátio central, pois o do ginásio estava muito cheio. Ele olha distraidamente para os lados e vê Malu aos beijos com Ben. Suas pernas fraquejam e sua boca seca. 

As turmas do primeiro ano dançam perfeitamente e Marina elogio no final:
   — Ficou bem legal a quadrilha deles.
   — Só que não ficará melhor que as nossas — fala Victor sorrindo. 

A banda Som de Garagem toca mais algumas músicas até o momento da quadrilha dos segundos anos. Enquanto os alunos desta série preparam-se para dançar, os dos terceiros anos são chamados para se trocar. O corredor principal do primeiro andar fica lotado por eles, que se espalham por algumas salas de aula vazias para poderem se aprontar. 
   Malu sai do banheiro com as trancinhas de caipira feitas e anda até uma sala para pegar sua mochila com o vestido. Quando vai entrar, cruza com Samuel. 
   — Opa! — ela exclama sorrindo. Samuel está usando um chapéu e quando fala Malu vê que ele pintou um dente de preto para simular um espaço. 
   — Desculpa.
   — Nunca tinha percebido que você é banguela — ela brinca. 
   — Pois é. 
Samuel coloca uma mão no ombro dela e a empurra para poder passar. Malu fica espantada com o distanciamento e a frieza dele. 
   Em outra sala, Maísa apoia um dos pés em uma cadeira para colocar sua meia calça. Ela já está vestida com o vestido tradicional que usará na quadrilha. Graziele abre a porta para entrar e acaba deixando-a aberta. Do local em que está, Maísa pode ser avistada por qualquer um que está no corredor de frente para porta. Jonas está sentado no chão, já caracterizado de caipira, esperando as pessoas se aprontarem. Ele acompanha com o olhar Maísa vestir a meia-calça e ela percebe. 

Próximos a Jonas no corredor, Yasmin e Victor conversam, já prontos. Ela usa um vestido quadriculado cor de rosa e rodado e o loiro uma calça jeans rasgada com uma camisa xadrez com remendos e um chapéu de palha. 
   — Sabe quem eu não vi ainda? — pergunta a loirinha. 
   — Quem? — Victor indaga brincando com as trancinhas do cabelo dela. 
   — O Breno.
Victor revira os olhos e ironiza:
   — Puxa, que coisa!
Yasmin ri e dá um beijo no pescoço dele.
   — Sua coisinha linda. 
   — Sua caipira gostosa.
Eles riem e dão um beijo curto. 


Comentários

  1. sinto que esta festa vai dar o que fala......so tem uma palavra para descrever esse imagine PERFEITO.

    ResponderExcluir
  2. PERFEITO! Ja disse quero mais BeLipe! Perguntinha básica, em que ano eles estão

    ResponderExcluir
  3. PERFEITO!!
    Sinto que essa festa vai ser perfeita, prevejo confusão e muito mais!
    YasVic sem palavras, amo o Vitor com ciumes!!
    Vini, perfeito, ele e a Mari juntos são maravilhosos.
    Jaqueline e Brian Sera??? Acho que ficaria legal....

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula