Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 107: Thiago e Graziele passam a noite juntos

Bernardo ri junto com o amigo e responde:
   — Sem dúvida alguma. 
As moças aparentam ter idades que variam entre 20 a 26 anos e usam vestidos curtos e justíssimos ao corpo, realçando ainda mais suas curvas bem definidas. O grupo é formado por cinco mulheres - duas loiras e três morenas - e elas começam a se apresentar. Uma das loiras usando um vestido preto e decotado se aproxima de Bernardo e diz:
   — Olá!
   — Oi — responde ele com educação.
   — Como você se chama?
   — Bernardo.
   — Ah, então é você que vai se casar amanhã — diz a loira sorrindo ainda mais. O seu olhar percorre o corpo de Bernardo enquanto sua boca pronuncia: — É uma pena um rapaz tão lindo casar. 
   — A minha noiva discorda — ele brinca e bebe mais um gole de sua cerveja.
   — É claro, ela teve a sorte de te amarrar. Eu me chamo Mariana — ela fala dando um beijo demorado na bochecha dele. O seu batom vermelho fica marcado na pele dele e ela limpa com uma das mãos, dizendo: — A noite mal começou e eu já deixei marcas em você.
Bernardo fica impressionado com o jeito atirado com que Marina fala e força uma risada. A moça diz:
   — Eu e as minhas amigas fomos contratadas para deixar a sua despedida ainda mais animada, o que você acha?
   — Por mim nem despedida teria — responde Bernardo com sinceridade e sorri.
   — Uma pena que os seus amigos discordam de você, né? 
Marina gargalha e passa a mão em seu cabelo comprido. 
   — Bruna! Mirela! — ela chama. — Venham conhecer o noivo da festa. 
A outra loira e uma das três morenas caminham até os dois e começam a conversar com Bernardo, que vai ficando cada vez mais intimidado com a aproximação excessiva das moças. 

Na escuridão de seu quarto Thiago tira um cochilo deitado com a barriga para baixo e sem camisa. A porta se abre silenciosamente e Graziele entra sem fazer nenhum barulho. Caminhando com cuidado para não tropeçar em nada, ela chega até a cama dele e se senta. Thiago não sente a presença dela nem o peso em sua cama. A ruiva inclina o tronco e dá um beijo na nuca dele, fazendo o jovem se mexer um pouco. Ela sorri e começa a acariciar a parte inferior das costas e Thiago abre os olhos lentamente. 
   — Oi — ela fala sorrindo.
   — Oi, linda — responde o adolescente admirando o rosto dela.
   — Como está essa tatuagem? — pergunta Graziele olhando para o desenho nas costas dele.
   — Na minha pele. — Thiago responde e ri. Em seguida levanta da cama e vai para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, voltando em pouco tempo para perto de Graziele. — Estou tão feliz com o resultado — diz olhando para a tatuagem no reflexo do espelho. O desenho de uma coruja está disposto em suas costas da altura do ombro esquerdo até um pouco acima da cintura. A tatuagem ficará exatamente igual a esta logo abaixo quando estiver finalizada.

   — Está realmente bonito e olha que nem está pronto — fala Graziele.
   — Pois é. Você vai me acompanhar nas outras duas sessões? — ele pergunta sentando na frente dela na cama.
   — Não sei — ela dá de ombros. — Se os meus pais deixarem.
   — Espero que eles deixem, preciso da sua mão para me apoiar nos momentos difíceis, nos momentos de dor.
   — Coisa que você sofreu muito, né? — ela ironiza. Thiago permanece segurando na mão dela e diz:
   — Eu ainda queria ver umas tatuagens no seus dedos.
   — Sabe que eu fiquei com vontade de fazer quando te vi lá.
   — Por que não faz então?
   — Porque os meus pais não deixariam.
   — Eles deixaram você pintar seu cabelo — diz passando os dedos pelos fios alaranjados dela —, talvez deixariam você fazer uma tattoo. 
   — Quem sabe no meu aniversário? — ela ri. Thiago continua fazendo carinho no cabelo dela e fita os seus lábios com intensidade. Graziele sorri e pergunta:
   — Por que não me beija logo? 
Ele sorri e deixa sua mão repousar no pescoço dela ao mesmo tempo que sua boca alcança os lábios corados de Graziele. No início o beijo tem um ritmo lento, as línguas se entrelaçando com suavidade e os lábios se encaixando em uma sintonia perfeita. A ruiva envolve os ombros de Thiago com voracidade e intensifica o afeto. A mão dele que não está na nuca de Graziele percorre as costas dela a puxando para si. Sua boca desce para o pescoço dela e a jovem inclina a cabeça para o lado, expondo ainda mais a faixa de pele para ele. Os braços de Thiago seguram com firmeza o corpo de Graziele e vai deitando-a lentamente em sua cama, ficando por cima dela. Sua boca retorna a dela com avidez e Graziele acaricia seu tórax dando leves arranhões que deixam marcas avermelhadas. Ele ergue levemente a blusa dela e toca a barriga pálida da adolescente com seus dedos gélidos. A ruiva solta um suspiro de prazer após Thiago dar uma mordida no lábio inferior dela. As mãos do adolescente continuam percorrendo a pele por baixo da blusa dela indo até as costas. Graziele se alinha ainda mais com o corpo de Thiago, saboreando as sensações do momento, o cheiro da pele dele, a suavidade e ao mesmo tempo firmeza das mãos dele em contato com a sua pele. A temperatura dos corpos dos dois aumenta a cada toque, a cada beijo e Thiago tira a blusa dela. 
   Graziele intimidece um pouco ao ficar apenas de sutiã na frente de Thiago, porém quando ele volta a beijá-la com fervor, sua timidez desaparece e o desejo toma conta de todo o seu corpo. Em um momento de coragem deixa suas mãos descerem até o cós da calça dele e abre o botão e o zíper. Com o gesto, Thiago percebe o que ela quer e aonde quer chegar.
   — Você tem certeza? — pergunta dando beijos abaixo da orelha dela.
   — Tenho — responde Graziele com segurança enquanto massageia o cabelo acima da nuca de Thiago. Ele sorri com encantamento e estica o braço até a mesinha de cabeceira onde pega um pacote de preservativo, que deixa ao lado do seu travesseiro, no qual a cabeça de Graziele está apoiada. O casal se olha com intensidade enquanto respiram pesadamente. Eles sorriem um para o outro e voltam a se beijar carinhosamente. 

Nas mãos de Anelise está o último presente da pilha que ganhou de suas amigas. Cecília dá pistas para que ela acerte o que se encontra dentro do embrulho.
   — É um objeto para você usar na lua de mel.
   — Como todos que eu ganhei — gargalha Anelise. — Enfim, é de vestir?
   — Não.
A noiva reflete por um instante e palpita:
   — Eu vou usar?
   — Espero que sim — responde Cecília rindo.
   — É para eu usar em mim ou no Bernardo?
   — Depende da sua vontade.
Anelise franze a testa, não fazendo ideia do que se trata o presente.
   — Não sei.
   — Última pista, provoca dor e prazer. 
As outras convidadas riem ao verem Anelise arregalar os olhos.
   — Vibrador? — pergunta rindo com um pouco de embaraço. Mais uma onda de gargalhadas percorre as mesas que elas estão.
   — Não, não é.
   — Então eu não sei.
   — Abre!
Anelise rasga o embrulho e o que visualiza a faz rir.
   — Cecília? Não acredito!
   — Mostra pra gente o que é — pede Hérica. Anelise tira o presente e o estica.
   — Ui, o Bernardo vai ficar louco com isso.
Anelise ri ainda mais ao pensar na reação de Bernardo ao vê-la com todos os presentes que ganhou. 
   — Mostra pra gente como se usa — diz Sophia rindo.
   — Eu nem sei como — confessa Anelise.
   — Todo mundo sabe usar isso — fala Lua sorrindo. Anelise encara o objeto e bate na mesa com ele. O som do chicote sensual ecoa pela casa noturna e todas riem. 
   — Agora que os presentes acabaram — fala Hérica —, chegou a parte mais esperada da noite. 
   — Ai meu Deus, tenho até medo do que vem por aí — diz Anelise. Hérica chama um rapaz que traz as muletas da noiva. Com a ajuda destas ela se levanta junto com as colegas.
   — Vem, gente! — chama Mel e elas se aproximam do palco. As luzes da casa noturna se apagam e apenas uma focaliza o canto direito do palco. Uma batida eletrônica começa a tocar baixinho e o volume vai aumentando no momento em que três rapazes pisam na plataforma. Um usa apenas uma calça preta, o segundo veste uma camisa regata branca com uma sunga preta e o terceiro utiliza apenas uma cueca preta. Os corpos dos três têm os músculos definidos e a pele com um brilho atrativo. O rapaz que veste a calça preta começa a dançar entre os outros dois de maneira extremamente sensual. A maioria das convidadas ficam admiradas com o porte físico dele e a virilidade que transmite à elas. Anelise segura uma risada, achando a cena bizarra. O segundo rapaz segue o seu parceiro e dança erguendo a camisa para exibir a barriga trincada, arrancando suspiros das mulheres. Porém, é quando o terceiro começa a dançar que elas vão à loucura. Ele passa a mão pelo corpo exibindo seus membros perfeitamente esculpidos. Mesmo com sua opinião adversa sobre a ocasião, Anelise não consegue deixar de contemplar o corpo dele e se espanta ao ver o primeiro rapaz surgir no palco com um banco, pois nem notou que ele saiu. O banco é colocado no centro e o segundo rapaz seminu caminha até Anelise, oferecendo uma mão para ela. 
   — Vai, Ane! — empurra Mel. Anelise recusa a mão, mostrando as muletas e o rapaz sorri.
   — Desculpa, vou te ajudar melhor. — Para o espanto da noiva de Bernardo, o rapaz a pega no colo, fazendo ela deixar as muletas caírem no chão. Nos braços dele, Anelise fica impressionada com o seu porte físico pela primeira vez e sente um calor percorrer o seu corpo. Para o seu alívio, ele a coloca sentada no banco. O terceiro rapaz - da cueca box - se encaminha até ela com uma pena da cor de sua cueca. Anelise olha para as suas amigas e ri envergonhada. A batida eletrônica continua e o rapaz começa a dançar na frente dela e se abaixa rapidamente, pegando em seu pé. Ele começa a passar a pena no peito do pé dela fitando os seus olhos com um intensidade enorme. Anelise retribui o olhar como se estivesse hipnotizada e sente a pena subir para a sua canela, em seguida para o joelho e por último a coxa. O rapaz levanta e fica atrás dela. Com uma das mãos joga o cabelo comprido de Anelise para um lado, deixando a lateral do pescoço exposta.
   — Inclina a cabeça um pouquinho — pede com a voz rouca no ouvido dela, provocando um arrepio nela.
Anelise atende ao pedido e sente a pena tocar a sua pele com suavidade e sorri levemente, sentindo cócegas. O rapaz volta a falar no ouvido dela: — Você é linda, sabia? 
Anelise fica surpresa e a única coisa que sai de seus lábios é um som indecifrável. O rapaz sorri e dá um beijo em sua nuca, provocando mais um arrepio nela. 

Os colegas de Bernardo gritam elogios para as moças que se exibem no pole dance. O noivo fica admirado com as performances delas e diz para Pablo:
   — Queria ver a Ane dançando.
   — Esquece a Ane por um noite, ok? — pede o marido de Olívia. 
   — Não consigo. 
   — Olha para aquelas deusas ali e quero ver você não conseguir.
   — Deixa a minha irmã ouvir você falando isso.
   — Shiu!
Eles riem e voltam a assistir as damas. Os amigos de Bernardo que já estão alterados devido a bebida alcoólica tentam tirar uma casquinha das moças e uma delas diz:
   — Só quem pode é o noivo.
Adrian gargalha e empurra Bernardo em direção ao pole dance.
   — Aproveita, meu irmão.
Mariana puxa Bernardo e começa a dançar de modo sensual para ele e poucos instantes depois todas já estão em volta dele, acariciando diversas partes de seu corpo. Ele permanece controlado e ri de maneira tranquila.

A cabeça de Graziele repousa no travesseiro de Thiago ao lado da dele, que está deitado de lado fitando-a.
   — Grazi — ele chama delicadamente quando ela fecha os olhos.
   — Oi — responde ela olhando para ele.
   — Eu queria te dizer uma coisa.
   — Diga.
Ele afaga o rosto dela e diz:
   — Eu te amo.
Um silêncio toma conta do quarto e após alguns instantes, a ruiva diz:
   — Você não precisa dizer isso só porque nós acabamos de fazer o que fizemos. 
   — Eu não falei porque a gente acabou de transar, é verdade.
   — Então por que você disse só agora?
   — Porque estava esperando o momento certo.
A descrença permanece nos olhos de Graziele, que diz:
   — Ai, Thiago...
   — Ei — ele a interrompe. — Até parece que eu acabei de falar uma coisa ruim.
   — É que eu fico na dúvida se é sincero ou não.
   — Saiba que é mais do que sincero. Eu sempre te amei como pessoa e como amiga, agora descobri que te amo como mulher. Nunca senti nada parecido por ninguém e tive a certeza quando você pediu pra gente se afastar, porque não consegui ficar longe de você. 
Graziele fica sem palavras e responde com um beijo duradouro em Thiago.

A noite cai e as despedidas invadem a madrugada. O casal aproveita suas festas com moderação, mas não deixando de se divertir. As duas da manhã a festa dos rapazes termina e Bernardo vai para a casa de Pablo e Olívia e duas horas depois a mulheres decidem finalizar a despedida de Anelise e ela vai junto com Mel para o condomínio onde a ex-rebelde mora. 
   As duas entram na mansão tentando não fazer barulho. Anelise guia Mel que está um pouco alterada até o segundo andar, tomando cuidado para não deixar a morena tropeçar nos degraus da escada. Assim que Mel entra em seu quarto, Anelise parte para o quarto de hóspedes que fica ao lado do de Isabela, que a essa hora já está totalmente absorvida em seus sonhos. 
   Chay acorda com o barulho que Mel faz ao tropeçar em seu próprio pé e cair no chão. Ela levanta no escuro e se joga na cama ao lado do marido.
   — Desculpa por ter te acordado — ela pede com a voz enrolada. 
   — Você está bem? — pergunta Chay sonolento.
   — Aham, só um pouco cansada — diz a morena tirando os sapatos de salto e se enfiando embaixo das cobertas. — Só quero dormir abraçada no meu maridinho.
Chay sorri e envolve Mel em seus braços.
   — Boa noite, minha pimentinha. Te amo.
   — Também te amo — responde Mel —, embora você não esteja merecendo o meu amor.
O corpo de Chay fica retesado com o que Mel diz e a conversa que ele teve com Isabela é repassada em sua mente juntamente com as atitudes de sua mulher desde o início da sua turnê. Uma pontada em seu peito revela o que ele não estava enxergando até então: a possibilidade de perder Melanie.

Próximo capítulo | Capítulo anterior