Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 94 [Parte 1]: Algo sai do planejado na festa em que Marina vai com Thiago


Marina sorri e olha ao redor com mais atenção. Na sala do apartamento de Hugo vários jovens se aglomeram em torno de uma mesa e olhando com mais atenção, ela consegue identificar os objetos que estão dispostos sobre esta: garrafas de bebidas alcoólicas e energéticos. Girando a cabeça para o outro lado, enxerga mais pessoas conversando, todas com garrafas ou cigarros nas mãos. Um outro grupo, próximo a janela, fuma narguilé e conversam com vozes alteradas. Mesmo o ambiente não sendo o dos mais agradáveis Marina se sente confortável e até feliz. Ela olha para Thiago e pergunta:
    — Então, nós vamos ficar parados aqui no meio?
   — Quer beber alguma coisa?
   — Pode ser.
Thiago caminha em direção a mesa de bebidas e Marina vai atrás. Ele empurra alguns colegas e serve dois copos com o conteúdo de uma das garrafas de vidro.
   — Tim tim — ele diz entregando um copo para Marina.
   — O que é isso? — pergunta ela olhando para o líquido.
   — Tequila.
Marina sorri e bate de leve o seu copo no dele.
   — Tim tim. — Eles sorriem e levam os copos até suas bocas. Hugo vai até a estante e liga o hometiter. Uma batida eletrônica se espalha pelo apartamento e vários jovens gritam.
   — Não se esqueçam que esse é só o começa da noite, pessoal! — grita Hugo e ri. Marina ergue o seu copo acima da cabeça, assim como diversas pessoas, e fala:
   — É isso aí!
Thiago ri e pega o copo vazio da mão dela.
   — O que vai querer agora?
   — Vou continuar na tequila.
Ele dá de ombros e responde servindo o copo dela com o conteúdo da mesma garrafa de vidro:
   — Você é quem sabe.
Uma mulher que aparenta ter no máximo vinte e cinco anos se aproxima dos dois e passa um braço em torno dos ombros de Marina. A adolescente toma um susto, mas logo se recupera e diz:
   — Oi.
   — Aonde fica o banheiro? — pergunta a mulher com voz enrolada e logo Marina nota que ela está bêbada.
   — O banheiro? — repete Marina olhando para Thiago.
   — Vai por aquele corredor ali — ele diz apontando na direção oposta —, que você encontra.
   — Valeu — agradece a mulher e solta Marina. Ela vai cambaleando na direção dita por Thiago.
   — Nem começou a noite e essa daí já está chapada — comenta Marina.
   — Surpresa é ninguém ter passado mal ainda.
Marina ri e se aproxima dele para dizer:
   — Seus pais não sabem que você frequenta esse tipo de lugar, né?
   — Eles não precisam saber — rebate Thiago rindo e bebericando a bebida em seu copo.
   — Que feio! — exclama Marina em tom melodramático.
   — Cala a boca — ri Thiago. Marina bebe mais um pouco de tequila e pergunta rindo:
   — E aí, quando você vai me apresentar os seus "manos"?
   — Vem comigo — diz Thiago e os dois andam até o grupo que fuma narguilé na janela. 

Sophia estaciona o seu carro luxuoso em frente a mansão de Mel e Chay. Dentro do veículo, a loira diz para Mel e Isabela:
   — Adorei a nossa conversa, gente.
   — Eu também — concorda Mel.
   — Obrigada pelas dicas, Sophia — agradece Isabela.
   — Até amanhã! — fala Mel abrindo a porta.
   — Até amanhã! — respondem Sophia e Yasmin. Isabela olha para a melhor amiga e diz:
   — Boa sorte mais tarde.
Yasmin sorri com tranquilidade.
   — Valeu.
Mel e Sophia se olham e a loira pergunta:
   — Eu posso saber o que tem mais tarde?
   — O Victor me chamou para acampar no quintal da casa dele hoje — responde a adolescente.
   — E quando você ia pedir permissão para mim? — questiona Sophia dando um leve sorriso.
   — Mais tarde, mãe.
   — Agora está explicado o motivo dessa conversa — fala Mel. Yasmin ri e diz:
   — Não vai ser hoje que eu vou por em prática o que vocês disseram.
   — Engana outra — rebate Mel.
   — É sério — garante Yasmin.
   — Vamos fingir que acreditamos — gargalha Sophia. Yasmin não diz mais nada e ri com elas.
   — Agora vamos — fala Mel colocando uma perna para fora do carro. — Tchau, pessoal! 
   — Tchau — diz Isabela saindo do carro.
Mãe e filha entram na mansão e Sophia parte para a sua casa. 

Depois de ter tomado banho, Vinícius faz sua pesquisa de inglês deitado na cama em seu quarto. Ele lê os textos dos sites várias vezes, pois não consegue se concentrar de maneira alguma.
   — Mais que saco! — reclama fechando o notebook. — Faço mais tarde. 
Em seguida, levanta e apaga a luz. De volta a sua cama tenta dormir. Os minutos passam e ele permanece acordado.
   — Era só o que faltava — diz tirando o cobertor de cima de si. Agitado, ele decide descer para assistir televisão na sala de estar. Já no andar debaixo, ele zapeia todos os canais, mas não encontra nada que o agrade. 
   — Vou comer — fala e parte para a cozinha. No cômodo ele se encontra com Isabela, que serve um potinho com salada de fruta, encostada em um balcão.
   — Está tudo bem? — ela pergunta notando algo de diferente nele.
   — Sei lá — ele responde. — Não consigo parar, sabe?
   — Não — ela diz rindo enquanto sente sua cachorrinha Nina, em seus pés.
   — Já tentei fazer a pesquisa se inglês, já tentei dormir, já tentei assistir tevê... não me concentro em nada!
   — Deve ser imperatividade — deduz Isabela.
   — Eu, imperativo? Eu sou a pessoa mais calma que eu conheço.
Isabela pensa por um momento.
   — É verdade. — Ela dá de ombros enquanto come: — Não deve ser nada demais.
   — É — diz Vinícius se sentando em uma banqueta de frente para ela.

Aproveitando a brisa do início da noite, Victor monta a barraca no quintal da mansão em que mora com os pais. Ele lê o manual enquanto arruma as coisas ao lado da piscina, sobre o jardim. Arthur passa pela porta da cozinha e caminha até ele.
   — Vai dormir aqui fora?
   — Aham — confirma o jovem. — A Yasmin também.
Arthur dá um leve sorriso e senta em uma espreguiçadeira um pouco mais distante.
   — Posso perguntar uma coisa?
   — O quê? — questiona Victor limpando o suor da testa.
   — Você e ela já...?
Victor dá um leve sorriso e confere se a barraca está bem montada enquanto responde:
   — Não.
   — Sério? — se espanta Arthur. — Nadinha?
   — Nada, pai. Nem faz tanto tempo que a gente começou a namorar.
   — Mas vocês se beijaram logo na primeira vez que se encontraram.
Victor sorri novamente.
   — Eu estou esperando o tempo dela.
   — Olha! — exclama Arthur ainda mais surpreso. — Não esperava ouvir isso de você.
   — Por que não?
   — Não pensei que você fosse aguentar esperar.
   — Por ela vale a pena.
   — Sabe o que isso significa?
   — Que eu estou horrorosamente apaixonado?
   — Estar apaixonado não é uma coisa horrorosa — corrige Arthur rindo. — Mas não é isso. O que você disse é um dos sinais de que você está amadurecendo. 
   — A Yasmin me fez ficar apaixonado, agora está me fazendo amadurecer — lista Victor. — Vou matar aquela loira! 
Pai e filho gargalham sob o luar. 

Quase uma hora depois. Marina e Thiago chegam à casa em que está ocorrendo a festa. Eles descem do carro e passam pelo portão.
   — Quem é o dono da casa? — pergunta Marina.
   — Fabrício — responde Thiago sorrindo para alguns convidados que também entram com eles. Quando passam pela porta, Marina fica surpresa com o que vê.
   — Esse é o lugar barra pesada? — ela pergunta sem conter um sorriso. — Em um bairro de classe média alta, uma casa luxuosa, quanta barra — ela ironiza.
   — Quando eu falo barra pesada não quero me referir ao lugar, mas as pessoas que frequentam o lugar.
Marina olha em volta, observando os outros convidados e diz:
   — Só estou vendo patricinhas e mauricinhos aqui.
   — É aí que está a coisa. Todos aqui têm uma casa maneira, roupas da moda e mesmo assim estão aqui, entendeu? Acho isso ainda mais estranho.
   — E ainda continua frequentando esses lugares?
   — Venho aqui pra me divertir, não levo tão a sério como eles. Agora vem — ele fala puxando ela pelo braço. — Vamos comer alguma coisa, porque beber de barriga vazia não rola.
   — Sim, senhor — gargalha Marina. Eles se aproximam de uma mesa com petiscos e começam a comer. Thiago olha em volta, reconhecendo alguns amigos, e fala para Marina:
   — Vou ali falar com um parceiro, ok?
   — Tá — ela responde. — Vou ficar por aqui. Não tem problema, né?
   — Não — ele garante. — Ninguém vai te fazer mal.
Thiago dá dois passos se distanciando de Marina, mas logo volta para perto dela e fala:
   — É melhor você vir comigo.
   — Por quê? Não foi você mesmo que disse que ninguém vai me fazer mal? — ela questiona dando um leve sorriso.
   — Ninguém vai te fazer mal se tiver lúcido — ele corrige. — Não posso garantir que todos aqui estão.
Os pelos da nuca de Marina se eriçam, mas ela sorri.
   — Entendi o recado.
Eles caminham juntos até o outro lado da sala. Quando se aproxima do grupo com os seus amigos, Thiago toma um cigarro das mãos de Douglas e fala:
   — Perdeu, playboy. — Ele dá uma tragada e ri. Um rapaz, que também está no grupo, estica um braço com um pó branco em um pequeno pedaço de vidro na direção de Marina.
   — Aceita?
Marina olha para a mão dele e fica tensa. Pó de crack pensa. 
   — Não, valeu — ela responde dando um leve sorriso.
   — Qual é? Um pouquinho não faz mal a ninguém — ele insiste e passa um braço em torno dos ombros dela. — Pode até melhorar as coisas — diz próximo ao ouvido dela. Marina franze o nariz, sentindo  o forte odor de suor e drogas.
As outras pessoas da roda riem e Thiago chega a dar um leve sorriso, colocando uma mão no bolso, de maneira relaxada.
   — Hoje não — responde Marina.
   — Vai fazer essa desfeita? — ele pergunta descendo a mão até a cintura dela. Marina começa a ficar incomodada e olha para Thiago. Ele ri junto com os demais, mas ao trocar um olhar com ela, fica um pouco mais sério.
   — Pega leve — pede sorrindo para o seu colega. 
   — A gente só está conversando, não é doçura? — diz o jovem acariciando o rosto de Marina com as unhas roídas. Marina força um sorrisinho e olha para o visual dele: calças jeans, camisa de marca, tênis caros e um relógio de ouro. Todos riem e trocam poucas palavras entre si. Douglas pergunta no ouvido de Thiago:
   — O que aconteceu com a ruiva que você levou na minha festa?
   — Preferi não trazer ela dessa vez — responde o garoto dando mais uma tragada.
   — Decidiu trazer uma morena hoje. A próxima vai ser loira?
Thiago ri e pensa em Yasmin imediatamente.
   — Aposto que uma das loiras que eu conheço ia abalar nesse lugar.
   — Opa, eu ia adorar conhecer ela então — gargalha Douglas e bebe um gole de sua cerveja.
   — Ela tem namorado, ok?
   — Isso quer dizer que a gatinha ali não tem? — pergunta Douglas olhando para Marina, que ainda permanece presa ao garoto.
   — Não disse isso — fala Thiago levando o cigarro a boca. Ele olha para Marina e nota o quanto ela está incomodada com a situação. — Vou ali conversar com o Hugo. Marina, vem!
   — Não — discorda o garoto. — Agora que a gente tá começando a se conhecer.
   — Fica para uma outra hora — fala Marina empurrando a mão dele. Ela se aproxima de Thiago e junto com ele se afasta do grupo.
   — Se eu tivesse ficado mais dois minutos perto daquele moleque teria ficado sufocada — ela diz.
   — Ele é legal.
   — Se você não for uma menina, ótimo.
Eles riem.

Isabela conversa com Felipe pelo whatsapp enquanto Vinícius tenta escolher um filme para assistir.
   — Não tem nada interessante aqui — ele diz olhando os filmes sobre a mesinha de centro. A sua irmã ergue os olhos para ver os filmes e diz:
   — Estão aí os seus filmes favoritos.
Sabendo que ela está dizendo a verdade, Vinícius não fala nada e continua tentando selecionar um.

A campainha da mansão dos Aguiar toca e uma das empregadas se encaminha para atender, mas Victor a alcança e diz:
   — Deixa que eu atendo. É pra mim.
Ele anda até a porta e abre, olhando para Yasmin.
   — Boa noite — ela sorri alegremente.
   — Demorou.
   — Tava tomando banho — gargalha a loira.
   — Nossa, que honra! Hoje nem é sábado e você tomou banho para vir aqui.
   — Sinta-se lisonjeado. 
Eles riem e Victor puxa Yasmin para um abraço.
   — A barraca já está montada.
   — Estou louca para ver como ficou. Será que você fez o serviço direito?
   — Eu sempre faço o serviço direito — ele fala com os lábios roçando nos dela. Yasmin sorri e dá um selinho nele.
   — Bom saber disso.
Victor coloca uma mão na nuca dela e a beija.
   — Os seus pais estão aonde? — pergunta Yasmin após o beijo.
   — Estão jantando.
Yasmin passa pela porta e fala:
   — Oba, vamos comer então.
   — Não! — Victor a segura pelo braço.
   — Por que não? — questiona Yasmin.
   — Porque eu preparei uma janta especial para nós dois — ele diz dando um leve sorriso.
   — Sério? — Yasmin não esconde a surpresa.
   — Aham. Vamos lá para os fundos que eu te mostro.
   — Vamos, deixa só eu dar um oi para os seus pais.
   — Ok, tô te esperando lá fora então.
   — Tá.
Eles dão um selinho e Yasmin vai para a sala de jantar enquanto Victor caminha para o corredor que dá acesso aos fundos da mansão. 

A casa de Fabrício, amigo de Thiago, está cheia de pessoas e não para de chegar mais gente. A luz foi apagada e poucos pontos estão iluminados, Marina e Thiago estão dançando junto com alguns colegas dele ao som de uma música eletrônica. Muitos deles estão drogados e com isso muito agitados. Thiago fuma um cigarro atrás do outro e conversa com todos. No momento ele e Marina dançam juntos. Thiago para de dançar, assim como alguns de seus amigos, mas Marina continua se remexendo.
   — Que cara é essa? — ela pergunta vendo a expressão de surpresa dele e notando que os amigos dele também estão assim.
   — Um convidado inesperado — responde Thiago olhando além dela.
   — Quem? — pergunta Marina sem parar de dançar.
   — O Santana.
   — Luan Santana? — ri Marina. — O Vinícius me apresentou a música dele.
   — Não, esse Santana. — Thiago coloca as duas mãos na cintura de Marina e gira ela. Marina vê que vários convidados olham na direção de uma mesma pessoa, um cara alto e forte com cara emburrada. Thiago, ainda com as mãos na cintura dela, a puxa para mais perto até seu peito esteja encostando nas costas dela.
   — Esse cara é o maior rival do Fabrício — ele sussurra no ouvido dela. 
   — Rival em que sentido? — ela pergunta virando a cabeça para o lado.
   — Os dois disputam o poder do tráfico na área nobre da cidade.
   — Eles são traficantes? — ela indaga um pouco mais alto. Thiago aperta a sua cintura como forma de censura.
   — Fala baixo.
   — Com a música alta ninguém vai me ouvir. Eles são ou não?
   — Sim — confirma Thiago.
Marina fica de queixo caído.
   — Se eles são inimigos, o que ele está fazendo aqui?
Como ela está em sua frente, Thiago tem dificuldade de ouvi-lá. Por isso a puxa para o seu lado.
   — Hã?
   — O que ele tá fazendo aqui se eles não se gostam?
   — Aposto que ninguém aqui sabe, mas boa coisa não deve ser.
   — Acho melhor a gente ir embora, né? — ela sugere olhando para ele.
   — Quero ver aonde isso vai dar.
Chamando a atenção de todos, Fabrício pega um microfone e fala acima da música:
   — A festa continua, meu povo! Não deixem que nada nem ninguém estrague a nossa noite.
Marina olha para o homem forte que chegou e nota que ele deu um sorriso superior ao ouvir a frase do dono da casa. Uma pontada de medo a invade ao perceber que está no meio de vários bêbados e drogados, bandidos e traficantes.
   — Ei, relaxa — pede Thiago sacudindo o corpo dela. — Você veio para curtir, lembra?
Marina sorri e fala:
   — Você tem razão. Vamos curtir!
Eles gargalham e voltam a dançar. 

Yasmin chega ao quintal e sorri ao se aproximar da barraca montada por Victor. Do lado de fora há um pano com uma caixa de pizza em cima. Victor sai da barraca e dá de encontro com ela.
   — Ah, aí está você!
   — Não, estou lá conversando com os seus pais ainda — ela gargalha e olha para a caixa de pizza. — Essa é a janta que você preparou para  a gente?
   — Você não esperava que eu tivesse ido para a cozinha, esperava? — ele sorri.
   — Nunca se sabe — ela dá de ombros.
   — Senta logo e para de criar muitas expectativas — pede Victor puxando Yasmin para o pano. Eles dão risada e se sentam.
   — Quais são os sabores? — pergunta Yasmin.
   — Calabresa e americana — responde Victor tirando a tampa da caixa.
   — Americana? Que irônico — ela ri.
   — É o mais próximo que eu chego dos Estados Unidos.
Yasmin sorri e senta mais perto dele.
   — É só você se ouvir que você vai estar perto dos Estados Unidos.
   — Como assim?
   — Você pode ser brasileiro, mas foi criado lá. Você tem um sotaque americano.
   — Um pouco.
   — Bastante — ela corrige. — Esse é um dos seus charmes.
   — Really?
Eles riem e se beijam.
   — Vamos comer ou não? — pergunta Yasmin.
   — Só se for agora. 
Victor pega um pedaço com a mão e morde.
   — Sem garfo nem nada? — ela questiona.
   — Para de dar uma de menininha — ele ri e pega um pedaço para ela.
   — Esqueci que eu sou super macho — Yasmin gargalha. — Vou até arrumar as minhas bolas agora.
Victor ri e rouba um beijo dela. Yasmin fica surpresa, mas logo retribui e coloca uma mão na nuca dele. Após o longo beijo, ele diz:
   — Desculpa, não resisti.
   — Espero que você não resista mais vezes.
Eles sorriem e dão um selinho.
   — Vamos comer logo — diz Yasmin. Eles voltam a pegar os seus pedaços de pizza e começam a comer enquanto conversam.

Ao som de uma batida eletrônica, Marina dança. Mesmo estando mais relaxada após beber mais uns goles de tequila, ela começa a ficar mais atenta ao redor, pois percebe que o clima está ficando pesado. O homem forte, chamado Santana, conversa com outros convidados enquanto bebe uma latinha de cerveja e Fabrício cochicha com um rapaz do outro lado da sala.

Isabela abre a porta de sua casa e puxa Felipe para dentro.
   — Ainda bem que você veio — ela sussurra para o namorado. — O Vinícius tá muito estranho.
   — O que ele tem? — pergunta Felipe dando um selinho nela.
   — Ele tá agitado.
   — Isso é realmente estranho — ele ri.
   — Eu pensei na gente jogar videogame pra ver se ele relaxa um pouco.
   — Ótima ideia vinda de uma ótima pessoa.
Isabela sorri e dá mais um selinho nele.
   — Vem!
Isabela e Felipe caminham até o sofá e Nina corre até ele.
   — Oi, pequena da pequena.
Isabela lança um sorriso na direção dele, mas Felipe não vê pois abaixa para pegar Nina no colo.
   — Vamos lá pra sala de jogos, Vini — chama Isabela.
   — Fazer?
   — O que se faz em uma sala de jogos, Vinícius? — pergunta Felipe dando um sorriso.
   — Quando vocês estão sozinhos lá em cima não ficam jogando — lembra Vinícius levantando. Os três riem e Nina late. 
   — Vem, amores da minha vida — fala Isabela. Eles sobem as escadas e vão para a sala de jogos.

Após terem comido quase a pizza toda Yasmin e Victor começam a se beijar.
   — Beijo com gosto de pizza — ela fala entre os beijos.
   — Adoro pizza mesmo. 
Alguns beijos depois, Yasmin propõem:
   — Vamos jogar alguma coisa?
   — O quê?  
   — Hum... pergunta ou prenda?
   — O que é isso?
   — É tipo verdade ou desafio.
   — Só nós dois?
   — Só nós dois é muito bom — ela fala com duplo sentido. Victor ri e responde:
   — Tem razão, vamos jogar.
   — Quem começa?
   — Você deu a ideia, você começa.
Yasmin se endireita e senta na frente de Victor.
   — Ok. Pergunta ou prenda?
   — Pergunta.
   — O que você espera dessa noite?
Victor ri e coça o canto da boca.
   — Você.
   — Eu?
   — É — ele responde com sinceridade. Eles se olham por um momento até que ele diz: — Sua vez. Pergunta ou prenda?
   — Pergunta.
   — Uma vontade?
   — Te beijar — responde Yasmin com um sorriso no rosto. 
   — Posso matar sua vontade?
   — Quando quiser.
   — Não quero agora — ele fala para a surpresa dela. Yasmin ergue as sobrancelhas e diz:
   — Então vai ser assim?
   — Não sou obrigado a te beijar — ele fala sorrindo.
   — Ok. Pergunta ou prenda?
   — Vamos de prenda agora.
   — A sua prenda é beijar a pessoa que está na sua frente.
Victor joga a cabeça pra trás rindo.
   — Muito esperta você.
   — Eu sei.
Ele se aproxima dela e a beija. Victor interrompe o beijo e se afasta.
   — Esse foi o beijo? — pergunta Yasmin.
   — Não gostou?
   — Curto, né? Você já deu melhores.
   — Eu não costumo dar, não.
Eles riem.
   — Eu estava falando de beijos, seu otário.
   — Eu achei o meu beijo satisfatório.
Yasmin dá um chute no joelho dele.
   — Você tá fazendo de propósito.
   — É pra você ficar com mais vontade.
   — Uma hora eu vou ter que matar essa vontade.
   — Estou aguardando por esse momento.
Yasmin sorri.
   — E aí, vamos continuar?
   — Pergunta ou prenda?
Os dois continuam jogando sob o céu estrelado.

Na sala de jogos, Isabela assiste Vinícius e Felipe lutarem no videogame com Nina em seu colo. 
   — Vai, Felipe! Acerta a cara dele — ela torce. — Não deixa ele ganhar, Vini! Arrebenta.
   — Você tá torcendo pra quem? — pergunta Felipe sem parar de jogar.
   — Eu sou duas pessoas. A Isa namorada do Felipe e a Bela irmã do Vinícius.
Os dois riem e continuam jogando.

Marina deixa Thiago dançando com os seus amigos e caminha até a mesa de bebidas. Ela pega um copo de plástico e enche com água. Depois se vira e fica observando as pessoas da festa. Sua atenção se foca em Fabrício, que atravessa a sala e se aproxima de Santana. Eles começam a conversar baixinho e ela analisa cada movimento dos dois. Seu corpo fica mais tenso ao reparar que eles começam a ficar alterados. Ela olha para Thiago, que dança sem reparar em Fabrício e no outro, mas alguns convidados os observam também.
   Marina volta a olhar para os dois no exato momento em que Santana tira um revólver do cinto.
   — Thiago! — grita Marina no instante em o cara atira para cima. Todos os convidados berram e começam a correr pela sala. Thiago procura por Marina enquanto tenta não cair por causa dos empurrões que recebe. Ela dá de encontra nele.
   — Thiago — ela diz com a voz embargada. — O que a gente faz? — grita além da música e dos berros.

Vinícius sente um forte calafrio e acaba deixando o controle do videogame cair. Felipe o golpeia no jogo e ganha a disputa.
   — Ganhei! — ele comemora sem antes olhar para o amigo. Isabela, que está um pouco atrás dos dois, se aproxima do irmão e pergunta:
   — Vinícius? O que houve?


Comentários

  1. Caraca está muito bom posta maiss

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  2. Luan Santana S2 sou Luanete...capitulo mt bm <3

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  3. Tô relendo o capítulo. Esse é um dos melhores da temporada!!

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