Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 41: Isabela e Felipe ficam com outros na festa de Vinícius


Imagine ChaMel - Filhos

De mãos dadas, Marina e Vinícius chegam a festa. Eles passam por Victor e Felipe e se aproximam dos outros convidados. Todos começam a cumprimentar Vinícius e ele apresenta Marina como uma grande amiga.
Minutos depois, todos já estão mais a vontade. Felipe está encostado em um dos postes, próximo a entrada, conversando com uma menina chamada Ariane. Eles conversam bem próximos um do outro em clima de azaração. Isabela os fuzila com o olhar, sentada em uma mesa com Graziele. Yasmin e Malu saíram para irem ao banheiro, dentro do casarão.
Um carro estaciona ao lado dos outros, todos próximos a mata. Luíza, Daniel e Nícolas descem e caminham até o local onde a festa está ocorrendo. Nícolas vê Felipe e corre até ele.
   — Lipe! — ele diz se aproximando. 
Felipe desvia o olhar de Ariane e sorri para Nícolas. 
   — Oi, garotão! Não sabia que você ia vim.
   — Eu não ia perder o aniversário do meu primo, né? 
Felipe ri.
   — Você tem razão.
   — Quem é ele? — pergunta Ariane.
   — Um pequeno amigo meu, Nícolas — ele apresenta. 
Nícolas sorri para Ariane, que retribui.
   — Oi! — Luíza se aproxima de Felipe.
   — Olá — diz Daniel.
   — Oi, gente — responde Felipe.
   — Você sabe onde a Mel está? — pergunta Luíza.
Felipe vira em direção as mesas e aponta para uma no fundo.
   — Ali! — ele indica.
   — Ok, vem filho! — Luíza olha para Nícolas.
   — Eu vou ficar aqui com o Lipe, mãe. 
Ariane fica um pouco incomodada, acreditando que sua ficada foi para o brecho. Daniel ri baixinho, percebendo o mesmo que Ariane. 
   — Então, tá — diz Luíza e olha para Felipe. — Algum problema se ele ficar?
   — Não, nenhum — responde Felipe, lançando um sorriso a Nícolas.
   — Ok, nós vamos para a mesa. — Luíza e Daniel se afastam. 
Felipe se agacha para ficar na mesma altura que Nícolas.
   — Você tá muito maneiro com a essa roupa, hein? — ele diz, segurando a gola da camisa xadrez de Nícolas.
    — Eu sou maneiro! — rebate Nícolas, rindo.
Felipe joga a cabeça para trás e ri. Ariane continua plantada ao lado dos dois, que começam a conversar.

Isabela e Graziele conversam próximas a uma das mesas de salgadinhos. 
   — Quando vão liberar a pista? — pergunta Graziele.
   — Calma! — Isabela sorri. — Mais tarde vai ser liberado. 
   — Um garoto lá do colégio, o Otávio, fica olhando para mim, mas ele não chega, sabe? Talvez na pista eu vá até ele.
Isabela dá um leve sorriso. Graziele continua:
   — E você, já tá de olho em alguém?
   — Ainda não — responde Isabela, meio indecisa se deve ou não ficar com alguém. 

Yasmin e Maria Luíza saem do casarão e passam por Felipe, Ariane e Nícolas. Ao se aproximar de Isabela e Graziele, Yasmin diz:
   — Seu priminho chegou.
   — O Nícolas veio? — pergunta Isabela, dando um sorriso. 
   — Veio, ele tá lá com o Felipe. — Yasmin fala e aponta na direção em que Felipe está. Isabela olha na direção indicada e o vê com Nícolas e também Ariane.
   — Quem é aquela garota que está com ele? — pergunta, se surpreendendo com o ciúmes em sua voz.
   — É a Ariane, estuda lá no colégio — responde Maria Luíza.
Isabela se esforça para engolir a saliva e respira para se acalmar.
   — Eu vou lá falar com o meu primo — diz finalmente.
   — O Felipe tá lá com ele e a peguete dele também — diz Yasmin só para provocar o ciúmes de Isabela. A garota tenta se controlar, mas um lampejo de ciúmes passa por seus olhos. Yasmin, percebendo, sorri.
   — Tô nem aí! — Isabela dá de ombros. — Eu sou prima do Nícolas, o Felipe é um mero amigo dele. Eu vou falar com o meu primo e não vai ser... — Ela engole a palavras ciúmes. — Não vai ser ele e a peguete dele que vão me impedir. 
Isabela se afasta, passando pelas mesas até chegar no local em que Felipe e Ariane estão. Yasmin apoia um braço no ombro de Malu, sorrindo.
   — Observe e se divirta. 
Malu e Graziele riem.

Marina e Vinícius conversam em uma canto. Ele está com as mãos na cintura dela e um sorriso enorme no rosto.
   — Então você está me apresentando como uma grande amiga — diz Marina.
   — É, nós não estamos namorando ainda — responde Vinícius tranquilamente.
Marina se prende na última palavra dita por ele.
   — Ainda?
   — Sim, porque eu pretendo te pedir em namoro algum dia, mas finja que não sabe disso, porque eu quero que seja surpresa — ele ri.
   — Ah. — Marina gargalha. — Pode deixar, eu não registrei que você vai me pedir em namoro.
Os dois riem e Marina acaricia o rosto de Vinícius com delicadeza. 
   — Você deveria estar aproveitando o seu aniversário com os seus amigos. — Ela fala e olha para um grupo de meninos que estão em uma mesa.
   — Eu sei. — Vinícius continua com a expressão serena.
   — E?
   — A culpa não é minha se eu não consigo me afastar de você. 
Marina dá um sorriso apaixonado e aperta os braços em torno do ombro de Vinícius.
   — Você é um fofo. 
   — Já me disseram isso — Vinícius diz sorrindo.
   — Ah é? 
   — Sim, você não é a primeira que não resiste aos meus encantos. 
Marina joga a cabeça para trás e ri.
   — Convencido. 
   — Sincero, apenas.
Marina fica séria e olha nos olhos dele.
   — Posso ser sincera também?
   — Claro.
   — Eu sei que não sou a primeira e talvez não seja a última, mas eu estou apaixonada por você — ela admite. 
Vinícius fica sério por alguns segundos, depois diz:
   — Se depender de mim, você vai ser a última. 
Marina dá um leve sorriso.
   — O problema é que as vezes não depende só de nós dois, depende da vida.
   — A vida está do nosso lado desde o momento em que eu te conheci naquela casa noturna e depois fiquei sabendo que você era a garotinha que brincava comigo na infância. 
   — É verdade.
   — Então, vamos deixar acontecer.
   — Sim — concorda Marina. — Vamos deixar acontecer.
   — Sabe o que eu acho que tem que acontecer agora? — pergunta Vinícius.
   — O quê?
Vinícius segura a nuca de Marina com firmeza enquanto diz:
   — Isso.
Ele começa a beijá-la carinhosamente, acariciando a sua nuca, depois intensifica o beijo e Marina retribui com fervor. 

Se surpreendendo a cada segundo com a intensidade do ciúmes e da raiva que está sentindo, Isabela se aproxima de Felipe. 
   — Oi, Nícolas! — Ela sorri para o garoto.
   — Bela! — Nícolas se joga nos braços de Isabela, que se inclina para abraçá-lo.
Ariane fica observando tudo com um certo incomodo. Felipe tenta se controlar para continuar impassível com a presença de Isabela.
   — Não sabia que você ia vim — ela diz.
   — Foi a mesma coisa que o Felipe disse. — Nícolas sorri.
Isabela ergue levemente as sobrancelhas, surpresa, e olha de relance para Felipe.
   — E o que você respondeu?
   — Que eu não ia perder o aniversário do Vinícius e porque queria te ver. 
Felipe começa a rir e Isabela olha para ele, o questionando em silêncio.
   — Ele não falou essa segunda parte — explica Felipe.
Isabela não consegue controlar e começa a rir também.
   — Você é muito esperto, garotinho!
   — É de família — rebate Nícolas.
Isabela e Felipe gargalham novamente e Ariane força uma risada. Com o barulho do riso, Isabela olha para Ariane pela primeira vez.
   — Oi! — ela cumprimenta por educação.
   — Oi — responde Ariane rispidamente. 
Isabela ergue rapidamente as sobrancelhas e um "Nossa" silencioso. Felipe lança um olhar duro a Ariane, que simplesmente dá de ombros.
   — Quer comer alguma coisa? — Isabela volta a olhar para Nícolas.
   — Quero brigadeiro. — Os olhos de Nícolas se iluminam ao falar do doce. 
   — Então vamos lá!
Isabela pega na mão de Nícolas e quando está girando para se afastar de Felipe e de Ariane, sente um suave puxão de Nícolas. Ela olha para o garoto que olha para Felipe.
   — Vem com a gente, Lipe.
Felipe fica surpreso com o pedido e olha para Isabela, pedindo permissão com o olhar. Isabela dá de ombros, ignorando a aceleração do seu coração. 
   — E eu? — A voz de Ariane sai esganiçada. 
   — Depois a gente se vê. — Felipe diz para ela. Uma ideia passa rapidamente pela cabeça de Felipe e para provocar Isabela, ele dá um selinho em Ariane. O queixo de Isabela cai, mas ela fecha a boca a tempo e ninguém percebe. Nícolas pega com a mãozinha livre a mão de Felipe e os três caminham juntos para a mesa de doces mais próxima. 

Yasmin vibra com Graziele e Maria Luíza. As três observaram cada movimento de Felipe e Isabela a distância.
   — Ai, acho que essa noite eles ficam.
Graziele e Malu olham confusas para ela.
   — Você não viu o selinho que ele deu naquela garota? — pergunta Graziele.
   — Isso é apenas um sinal de que ele está a fim da Isa. Meninos costumam provocar quando estão gostando de uma garota. Vejam o Victor, ele passou por aqui com uma garota e sumiu, aposto que está se agarrando com ela em algum lugar. Agora eu pergunto, por que ele tinha que passar com ela justamente na minha frente? — Ela mesma responde. — Para me provocar. Ele acha que eu caí no joguinho dele.
   — Você não sente nada por saber que ele tá com outra por aí? — pergunta Malu.
   — Eu não. Ele não vai conseguir estragar a minha noite. Como eu sempre digo, se eles podem, a gente também pode.
   — Entendi muito bem o que você quis dizer — diz Graziele. — Se eles podem ficar com outras, nós também podemos.
Yasmin sorri.
   — Exatamente, Grazi. 

Na enorme mesa com Chay, Mel, Luíza, Daniel, Berenice, André, Hérica e João Paulo, Anelise e Bernardo decidem anunciar o noivado.
   — Gente! — Anelise chama a atenção de todos. — Eu e o Bê queremos contar uma coisa pra vocês.
   — Você está grávida? — pergunta Luíza, rindo.
   — Deus me livre! — Bernardo diz aos risos. — Ainda, não, né Ane?
Sem deixar Anelise responder, Chay diz:
   — Eles não conseguem nem se organizar sozinhos, imaginem com um bebê?
Todos riem.
   — Idiota! — Anelise rebate. — Nós queremos dar outra notícia. 
Ela e Bernardo trocam um olhar e erguem as mãos direitas ao mesmo tempo, exibindo as alianças. Hérica coloca as mãos na boca.
   — Vocês estão noivos! — ela exclama.
Chay olha para Mel, sério.
   — Amor, eu falei pra gente fazer o aniversário embaixo de uma tenda. Agora vai chover e estragar tudo.
Todos riem novamente. 
   — Nossa Senhora, como você é engraçado, Chay! — ironiza Bernardo. 
   — Esse pedido demorou tanto pra acontecer que eu pensei que não estaria mais vivo quando acontecesse. — Chay ri.
   — Imagine nós que já estamos mais velhos — diz João Paulo.
   — Vocês são muito bobos! — Anelise sacode a cabeça, dando um leve sorriso.
   — Daqui a alguns meses queremos vocês presentes para nos ver no altar — diz Bernardo.
   — E aí, já pensaram na festa? — Hérica já se recuperou do susto e olha com um olhar empolgado para a filha e o genro. 
Anelise e Bernardo se olham novamente e ela diz:
   — Nós já conversamos sobre isso e decidimos fazer uma cerimônia mais reservada, para poucos amigos.
   — Em uma capelinha — completa Bernardo. 
   — Em uma capelinha, gente? — Hérica questiona. — Por que vocês não fazem em uma igreja enorme como o Chay e a Mel?
   — Porque nós preferimos uma coisa mais simples, mãe.
   — Então o problema é dinheiro? — Hérica acha que encontrou o motivo da decisão deles. — Porque se for, eu ajudo vocês dois.
   — Não é dinheiro, Dona Hérica — explica Bernardo com calma. — Até porque nós trabalhamos e ganhamos o suficiente para fazer uma festa do jeito que a senhora quer. 
   — Acontece que o casamento é nosso e nós queremos desse jeito, mais simples — Anelise perde um pouco do controle. 
Hérica percebe como o casal não gostou da sua intervenção, um pouco tardiamente. 
   — Ah, me desculpem! — ela pede. — Eu não deveria ter me metido, de verdade.
Anelise fica arrependida por ter sido grossa com a mãe e busca a mão de Bernardo por baixo da mesa, querendo um apoio. Ele aperta a mão dela e diz para Hérica:
   — Nós a entendemos, Dona Hérica. E temos um pedido para a senhora.
Os olhos de Hérica se iluminam em um instante.
   — Que pedido?
   — Quer organizar tudo? Desde a cerimônia até a festa?
Anelise fica surpresa com a proposta do noivo, pois eles não tinham combinado nada. 
   — Se eu quero? Claro! — Hérica sorri radiante.
Anelise também sorri e aperta a mão de Bernardo sob a mesa.

Com as mãos cheias de brigadeiros e mastigando alguns, Nícolas nem presta a atenção na conversa de Felipe e Isabela.
   — Desculpa por te tirar do seu momento pegador lá com a garota — diz Isabela. — Não posso fazer nada se o Nícolas gosta de você. 
   — Não tem problema — diz Felipe. — Depois eu encontro a Ariane e a gente continua de onde paramos. 
Isabela sente um embrulho no estômago, mas mantem a aparência firme.
   — Ótimo pra você! — rebate.
   — E você, já tá de olho em alguém?
   — Você sabe que eu não sou menina de "ficar de olho" em alguém — Isabela esforça a voz para que ela saia mais grave, cortante.
   — Esqueci que você não fica de olho nos meninos, são eles que ficam de olho em você, né? — Felipe dá um leve sorriso.
Isabela decide entrar na provocação dele.
   — Não sei, me diz você.
O sorriso de Felipe aumenta, mas logo desaparece. Ele se aproxima mais dela, sussurrando perto de seu rosto:
   — Não tenho problema de admitir que, pelo menos, o meu olhar fica em você. 
Isabela sente suas barreiras fraquejarem tanto pela aproximação de Felipe quanto pelas palavras dele e torce para não corar. 
   — O seu olhar não estava em mim enquanto beijava aquela garota — ela rebate.
   — É impressão minha ou você tá com ciúmes? — Felipe dá um leve sorriso.
Isabela recua um passo antes de responder.
   — Eu, com ciúmes de você? — ela diz em um tom debochado, escondendo sua reação de espanto e tentando controlar o calor que esquenta o seu rosto.
   — Você tá ficando vermelha — anuncia Felipe, sorrindo novamente. 
   — Deve ser a luz — responde Isabela com a voz falha.
   — Ou você tá ficando nervosa por estar perto de mim.
Isabela demora alguns segundos para estabilizar a voz e diz:
   — Preferia quando você não era tão convencido.
   — Preferia quando você era minha amiga — rebate Felipe, deixando de lado o tom zombeteiro. 
Isabela não diz mais nada e olha para Nícolas, que está distraído olhando para as árvores distantes.
   — Quer mais alguma coisa, Nícolas? 
Ele olha para ela.
   — Não. Me leva pra minha mãe?
Isabela acha super fofo o jeito com que ele diz e sorri. Depois de pegar na mão dele, olha para Felipe.
   — Já pode voltar para a garota.
   — Preferia voltar no tempo pra deixar você me beijar na praia. Pelo menos, nós estaríamos distantes por algo que aconteceu. — Assim que termina de falar, ele vira e começa a caminhar entre as mesas.
Isabela fica paralisa. Nícolas puxa a mão dela para chamar a sua atenção.
   — Tá tudo bem, Bela?
Isabela gagueja:
   — Tá, tá sim! Vem, vou te levar pra Luíza.
Ela começa a caminhar até a mesa em que os pais de Nícolas estão.

Chay e Mel saíram da mesa logo depois que o assunto sobre o noivado de Anelise e Bernardo acabou e caminharam até o interior da mansão, onde encontraram Victor beijando uma loura na sala.
   — Nada de sexo no sofá, Victor! — advertiu Chay com um sorriso no rosto.
   — Chay!? Eles não chegaram nesse estágio ainda — disse Mel.
Victor e a menina se recompõem e ele e Chay riem.
   — Ai, amor, as vezes você é tão inocente. — Chay pegou na mão de Mel e a puxou para cozinha.
Agora eles estão na cozinha, conversando.
   — Você acha mesmo que o Victor não é mais virgem? — pergunta Mel.
   — Aposto as minhas cuecas que sim — Chay sorri.
   — Adoraria que você perdesse — fala Mel com um sorriso nos lábios.
   — Safadinha!
   — Isso se chama convivência.
Eles sorriem e Chay dá um beijo em Mel. Ela entrelaça os dedos na nuca dele e aproveita o momento.

As horas passam. A pista de dança foi finalmente liberada e os adolescentes aproveitam para dançar e azarar. Felipe finalmente ficou com Ariane e Victor já perdeu a conta de quantas beijou, assim como Yasmin. Marina e Vinícius não conseguem se desgrudar em nenhum momento e algumas meninas ficam chateadas, pois pensaram que fossem ficar com o aniversariante. A pedido dos quatro aniversariantes, os pais permitiram bebidas alcoólicas, mas deixaram claro para os pais dos convidados o que teria na festa. 
Isabela, que já bebeu vários copos de batidinha, uns dois de vodka pura e outras bebidas das quais nem tinha ouvido falar, puxa um garoto para o canto da pista. Eles estavam trocando olhares desde que entraram na pista e finalmente ele chegou nela.
   — Sou o Marco Antônio, amigo de uma garota da sua sala.
   — Bom saber!
Isabela tasca um beijo em Marco Antônio. Ele fica surpreso, pois a amiga dele que conhece Isabela, sempre mencionou que a garota era tímida e reservada. Mesmo espantado, ele retribui. No meio do beijo, Isabela abre os olhos e vê no rosto de Marco Antônio a face de Felipe. No mesmo instante, ela interrompe o beijo e empurra o garoto.
   — O que foi? — ele pergunta assustado e ofegante. 
Isabela também ofega, sua visão voltando ao normal. Ao fundo, ela vê Felipe com Ariane e se arrepende de ter estragado sua ficada. Seu estômago começa a revirar com uma intensidade e ela já sabe o que esperar.
   — Desculpa! Não foi nada com você. Desculpa! — Ela sai correndo da pista e vai para o interior do casarão. 

Sentindo a mão suave de Ariane acariciar o seu pescoço, Felipe dá leves mordidas na ponta da orelha dela. 
   — Você é uma mistura de príncipe com cafajeste — diz Ariane. — Não há garota que resista a isso!
   — Pode ter certeza que existe — ele responde pensando em Isabela.
   — Só se ela for idiota! 
   — Por um lado isso não deixa de ser verdade. — Ele ri e Ariane não entende o motivo, mas sorri também. Depois de se beijarem, eles voltam a dançar. Felipe olha em volta, procurando por Isabela, mas não a encontra.
   — Já volto, ok?
   — Onde você vai? — pergunta Ariane.
   — Vou ao banheiro — ele mente.
   — Quer companhia? — Ariane sorri maliciosamente.
   — Não, sei fazer xixi sozinho.
Felipe se afasta rapidamente e vai para o casarão. Ele passa pela porta, olhando para todos os lados.
   — Espero não encontrar a Isabela com um menino.
Depois de perceber que a sala está vazia, ele vai para o corredor, onde escuta um ruído parecido com uma garganta sendo forçada.
   — Acho que alguém tá vomitando — sussurra consigo mesmo.
Felipe corre até o banheiro do corredor, que está com a porta entreaberta. Ele coloca a cabeça no espaço aberto e olha para dentro do cômodo, encontrando Isabela ajoelhada na frente do vaso sanitário.
   — Isabela!
Ele passa rapidamente pela porta e se agacha ao lado dela. Isabela vomita mais um pouco, depois limpa a boca rapidamente em um toalha que estava em seu colo e olha para Felipe.
   — Vai embora! — ela diz com a voz enrolada que Felipe já conhece. — Da última vez que eu bebi, tentei te beijar, não quero fazer isso de novo.
   — Eu não vou te deixar aqui sozinha, não nesse estado — diz Felipe com firmeza.
Isabela tenta responder, mas inclina a cabeça para o vaso e vomita novamente.
   — O que você tá sentindo? — ele pergunta, preocupado. 
   — Minha barriga tá se revirando. — Isabela responde com a cabeça ainda perto do vaso. Ela vomita mais uma vez, em seguida respira fundo e limpa a boca.
   — Acho que quero ir para o meu quarto.
   — Vem, vou te levar. — Felipe estica a mão para Isabela, mas ela recusa e levanta rapidamente. Com tontura, ela quase cai para dentro do box, mas Felipe é mais rápido, levanta e a segura.
   — Calma! Eu não vou te beijar — ele diz. — Mais uma vez — acrescenta. 
   — Jura? — Isabela se deixa ser segurada por ele.
   — Pela nossa amizade. 
Isabela ri.
   — Ultimamente a nossa amizade não tem valido muito.
   — Sempre teve um valor enorme para mim.
Mesmo bêbada, ela fica séria com as palavras dele. Carregando Isabela, Felipe vai para o quarto que ela divide com Vinícius e Yasmin. 
   — Eu vi você ficando com aquela garota — admite Isabela.
   — A gente não precisa falar disso agora — diz Felipe calmamente.
   — Por que você ficou com ela?
Felipe dá de ombros, sentando Isabela na cama.
   — Por que você ficou com ela, Felipe? — insiste Isabela. — Eu pensei que você gostasse de mim.
   — Eu gosto, mas eu não sou idiota. — Felipe se agacha e tira os sapatos de salto dos pés de Isabela.
   — Não entendi!
Ele levanta e senta ao lado dela na cama.
   — Você não quis ficar comigo, a Ariane quis. Simples assim!
   — Foi tão fácil pra você? — pergunta Isabela. — Foi tão fácil desistir de mim e pegar a primeira piriguete que apareceu?
   — Isabela...
   — Me responde! — Ela aumenta o tom da voz, alterada por causa da bebida e de seus sentimentos.
   — Não, não foi fácil. Se tivesse sido fácil, eu estaria lá na pista, beijando a Ariane. Mas não, estou aqui, cuidando de uma garota que não quer nada além da minha amizade. Acontece que eu prefiro ter a sua amizade do que nada, entende? 
Isabela olha para as próprias mãos.
   — Entendo — diz baixinho. — Não sabia que eu era tão importante pra você assim.
   — Você é mais importante do que imagina — confessa Felipe.
Os dois ficam em silêncio por alguns minutos. Depois Felipe levanta da cama.
   — Acho que é melhor você se trocar — ele aconselha.
   — Não na sua frente. — Isabela se joga na cama.
Felipe caminha até o guarda-roupa embutido do quarto dela e pega um pijama.
   — É seu, né? — ele pergunta virando para ela com o pijama nas mãos.
Isabela olha para o pijama e sacode a cabeça negativamente.
   — Eu nunca teria um pijama de oncinha, é vulgar. É da Yasmin! — responde e deita a cabeça no travesseiro novamente. 
Felipe guarda o pijama novamente e pega outro, um lilás.
   — E esse?
Isabela ergue a cabeça para olhar.
   — Esse é.
Felipe coloca o pijama em cima da cama, ao lado dela.
   — Eu vou esperar você se trocar lá fora. Qualquer coisa, grita.
   — Tá.
Ele sai do quarto. Quinze minutos se passam e Felipe caminha impaciente pelo corredor, na frente da porta do quarto de Isabela.
   — Ela tá demorando demais.
Com cuidado, ele abre a porta aos poucos e sorri com a cena que encontra: Isabela dormindo.
   — Ela apagou.
Felipe caminha até a cama e se ajoelha ao lado de Isabela.
   — Dorme bem, minha pequena. Te amo!
Ele dá um beijo na testa dela, levanta, apaga a luz e sai. Sem vontade de voltar para festa, ele vai para o quarto em que está com Marina e Victor.

Tocando o seu violão, que fez questão de levar para fazenda, Felipe se distrai e sequer lembra de Ariane. Ele canta e toca a música Sozinho do Caetano Veloso. A porta do quarto é aberta com tudo e Marina entra.
   — Oi, Felipe! — ela diz surpresa por encontrar o garoto já no quarto. — O que você tá fazendo?
   — Não parece óbvio — ele olha para o violão e sorri. 
   — Babaca! — Marina caminha até a cama em frente da de Felipe e se senta. — Toca para eu ouvir.
   — Estou destreinado — alega Felipe.
   — F*da-se! Para de frescura e toca logo.
Felipe ri e volta a tocar a mesma música. Depois de alguns minutos, Marina levanta da cama e pega a sua maletinha de maquiagem. Ele para de tocar, esperando algum comentário dela. Retocando a maquiagem, Marina diz:
   — Essa música é muito bonita. É sua?
Felipe ri com a pergunta.
   — Não, é do Caetano Veloso.
   — Ah, já ouvi meu pai falar dele lá em New York, mas nunca tinha escutado. A letra é linda! Canta pra Isabela, duvido ela não se encantar. — Ela ri.
Os olhos de Felipe brilham.
   — Marina, você é demais!


Comentários

  1. Vc me matando com belipe! Um com ciúme do outro, o Lipe cuidando da Isa. So quero ver no dia da festa do lipe. Amooooo

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  2. Eu quero um amigo igual ao Felipe,a Mel e o Chay continuam os mesmos safados de sempre hahaha

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  3. Amei posta mais @10pati

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